Fevereiro 2015 vol. 1 num. 2 - XX Congresso Brasileiro de Engenharia Química

Artigo - Open Access.

Idioma principal

ANÁLISE DOS COMPOSTOS VOLÁTEIS E ÁCIDOS GRAXOS QUE IDENTIFICAM O QUEIJO MARAJÓ PRODUZIDO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA

LOURENÇO, L. F. H. ; SOUSA, C. L. ; ARAUJO, C. ; JOELE, M. R. S. PEIXOTO ; SILVA, A. S. ;

Artigo:

O queijo Marajó é muito apreciado por suas características sensoriais, mas os compostos voláteis nunca foram caracterizados. O objetivo deste trabalho foi quantificar os ácidos graxos totais e determinar compostos voláteis do queijo marajoara. Foram realizadas análises em quatro tipos de requeijão marajoara, dois de leite de búfala e dois de leite de vaca, sendo um de cada espécie feito de forma artesanal e outro com tecnologia (industrial). As avaliações foram iniciadas no dia subseqüente ao da fabricação e a intervalos de sete dias, durante aproximadamente um mês. As principais substâncias responsáveis pelo aroma foram: 2-hexanal, octanal, 2,4-heptadienal, 2-nonenal, decenal, (E,Z)-2,4-decadienal, (E,E)-2,4-decadienal e entre os ácidos graxos se destacaram o cáprico, láurico, mirístico, pentadecanenoico, palmítico, esteárico e oléico. 1. INTRODUCTION O queijo Marajó é produzido na ilha de Marajó, Pará, tem grande aceitação no mercado local e, principalmente no da capital do Estado, onde é realizada significativa parte de sua comercialização. Este tipo de queijo foi produzido por séculos com leite de vaca por agricultores portugueses e franceses, e desde o século 18, quando os búfalos chegaram à Ilha de Marajó, foi elaborado também com leite de búfala. É elaborado de forma artesanal, em condições inadequadas, utilizando-se leite de búfala, na maioria das vezes, e, em menor escala, leite bovino. Este produto é obtido por coagulação espontânea do leite de búfala, desnatado, não pasteurizado e classificado como queijo de massa cozida, não maturado e não prensado. Existem duas variedades desse queijo, o tipo creme, quando o cozimento da massa é feito adicionando-se o creme obtido do desnate, com cerca de 50% de umidade e 22% de lipídeos; e queijo tipo manteiga, quando em seu cozimento é adicionada a manteiga propriamente dita, com 35% de umidade e teor de 42% de lipídeos Área temática: Engenharia e Tecnologia de Alimentos 1(Figueiredo, 2011). O queijo do Marajó é muito apreciado por suas características sensoriais, mas seus compostos voláteis nunca foram caracterizados, apesar de que os componentes do aroma de vários tipos de queijo no mundo terem sido exaustivamente estudados. Os compostos voláteis, neste caso devem ser analisados com o intuito de relacionar com os aromas dos queijos produzidos. Modificaçóes na composição podem também indicar um padrão de qualidade. A fermentação e a maturação estão diretamente envolvidas com a formação de compostos relacionados com o aroma de queijos. A oxidação ou a hidrólise de proteínas do leite, gorduras e carboidratos são responsáveis pelas características do aroma de queijos (Fisher and Scott, 2000, Marilley and Casey, 2004) conseqüentemente, cada produto tem o “flavor” característico produzido por um conjunto de componentes voláteis (Plutowska and Wardencki, 2007). Os ácidos graxos saturados estão presentes em cerca de 60% do total de ácidos graxos do leite. Em particular, ácidos graxos de cadeia curta como o butírico (C4: 0), capróico (C6: 0), caprílico (C8: 0) e cáprico (C10: 0) não são abundantes (3 a 10%), na gordura do leite de ruminantes. Cerca de 40% dos ácidos graxos saturados é de ácido palmítico (C12: 0) e esteárico (18:00), outros são o láurico (12:00) e o mirístico (C14: 0). Entre os insaturados o ácido oleico (C18: 1) é abundante (cerca de 30% do total), mas a percentagem pode variar com a alimentação (Araújo, 2008). Os ésteres de cadeia longa de ácidos graxos não são voláteis e, consequentemente, não são responsáveis pelo sabor. No entanto, os ésteres de cadeia curta de ácidos graxos são voláteis e apresentam limiares elevados. A mistura de alguns ésteres e aldeídos podem aumentar a sensibilidade ao olfato. O objetivo deste trabalho foi quantificar os ácidos graxos totais e determinar os compostos voláteis, responsáveis pelos aromas do queijo Marajó elaborado a partir de leite de vaca e leite de

Artigo:

Palavras-chave:

DOI: 10.5151/chemeng-cobeq2014-0682-24449-183701

Referências bibliográficas
  • [1] ADDA, J.; GRIPON, J. C.; VASSAL, L. The chemistry of flavor and texture generation in cheese. Food Chem., v.9, p. 129-13, 1982.
  • [2] AOAC. Association Analitical Chemists. Official methods of analysis of the Association Analitical Chemists, 16th ed, v. 1, p. 1002 - 1020, Washington, DC. 1997.
  • [3] ARAUJO, J. M. A. Química de Alimentos: teoria e prática. 4ª ed, Minas Gerais: Editora Viçosa, 2008.
  • [4] BONASSI, I. A. Ácidos graxos livres voláteis em alguns queijos fabricados no Brasil. I. In Anais IV Congresso Nacional de Laticínios, Juiz de Fora. 1977.
  • [5] BONASSI, I.A.; KUZDAL, S. S. Determinação de metil-cetonas em queijos Camembert por cromatografia a gás. II Avaliação quantitativa. Rev. Inst. Latic. Cândido Tostes, v.37, p.12. 1982.
  • [6] ESCUDERO, J. C. Estudos do Requeijão do Norte: composição, qualidade e comportamento durante a estocagem. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de São Paulo/Faculdade de Engenharia de Alimentos e Agrícola. Campinas, São Paulo. 95pp. 1979.
  • [7] FISHER, C.; SCOOT, T. R. Flavores de los alimentos (Biologia e Química). Editorial Acribia, S.A. Zaragoza. Espanha, 2000.
  • [8] FIGUEIREDO, E. L.; LOURENÇO JÚNIOR, J. B.; TORO, M. U.; LIMA, S. C. G. Queijo do Marajó Tipo Creme: Parâmetros Físico-Químicos e Sensoriais. Rev. Inst. Lat. Cândido Tostes, v. 378, p. 26-33, 2011.
  • [9] FUJISHIMA, T.; ITO, S., NEGISHI, T.; FUJINO, Y. Lipids in cheese. I Composition of lipids and fatty acids in gouda cheese. Dairy Sci. Abst., v.33, p.404, 1970.
  • [10] FURTADO, M.; MAND CHANDAN, R. C. Efeito do teor de gordura na maturação de queijo por Pennicilium casicollum. Rev. Inst. Lat. Cândido Tostes, v. 38, p.19-22, 1983.
  • [11] Área temática: Engenharia e Tecnologia de Alimentos 6HOTE-BAUDART, E. Free fatty acids in camembert-type cheese. Dairy Sci. Abst., v.31, p. 344-346. 1967.
  • [12] METCALFE, L.D.; SCHMITZ, A.A. The Rapid Preparation of Fatty Acid Esters for Gas Chromatographic Analysis. Anal. Chem., v.33, p. 363–364. 1961.
  • [13] MARILLEY, L.; CASEY, M. G. Flavors of cheese products: metabolic pathways, analytical tools and identification of producing strains. I. J. Food Tech., v. 90, p. 139-159. 2004.
  • [14] MOLIMARD, P.; SPINNLER, H. E. Review: Compounds involved in the flavor of surface mold-ripened cheeses: origins and properties. J. Food Sci., v.79, p. 169-184. 1996.
  • [15] PLUTOWSKA, B.; WARDENCKI, W. Aroma grams-Aromatic profiles in the appreciation of food quality. Food Chem., v.101, p.845–872. 2007.
  • [16] VAN SLYKE, L. L.; HART, B. Some the compounds – present in American Cheddar cheese. New Yor Agr. Expt – Sta Bull. 219. In Ácidos graxos livres durante a maturação de queijos brasileiros. Wandeck, F.A. Ver. ILCT. Jun/Out. 1973.
  • [17] WANDECK, F. A. Aspectos bioquímicos da maturação de queijos. Rev. Inst. Latic. Cândido Tostes, v. 64, p. 19-25. 1972.
Como citar:

LOURENÇO, L. F. H.; SOUSA, C. L.; ARAUJO, C.; JOELE, M. R. S. PEIXOTO; SILVA, A. S.; "ANÁLISE DOS COMPOSTOS VOLÁTEIS E ÁCIDOS GRAXOS QUE IDENTIFICAM O QUEIJO MARAJÓ PRODUZIDO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA", p. 3813-3819 . In: Anais do XX Congresso Brasileiro de Engenharia Química - COBEQ 2014 [= Blucher Chemical Engineering Proceedings, v.1, n.2]. São Paulo: Blucher, 2015.
ISSN 2359-1757, DOI 10.5151/chemeng-cobeq2014-0682-24449-183701

últimos 30 dias | último ano | desde a publicação


downloads


visualizações


indexações