Abstract:

O Brasil lidera o ranking de maior exportador de carne bovina do mundo desde 2008 e as estatísticas mostram crescimento também para os próximos anos, por isso há grande preocupação com o conceito de bem-estar animal pela busca de alimentos de qualidade e produzidos de forma sustentável, constituindo as exigências de clientes internacionais. As carcaças com hematomas, cortes, contusões e fraturas, além de causarem perdas econômicas pela condenação das regiões afetadas, evidenciam também maior suscetibilidade à deterioração bacteriana, diminuindo o prazo de validade comercial do produto. O trabalho objetivou quantificar carcaças bovinas acometidas por hematomas, bem como apontar sua localização nos cortes cárneos, além de estimar os prejuízos econômicos provenientes dessas perdas. No ano de 2012, em um matadouro-frigorífico no estado do Mato Grosso foram avaliadas 500 carcaças bovinas de animais com idade de 25 a 36 meses, oriundos de diferentes regiões do estado. Do total analisado, 373 (74,6%) apresentaram contusões, sendo 56,83% de Grau I (afetam apenas o tecido subcutâneo), 41,82% de Grau II (afetam os tecidos subcutâneo e muscular), 1,35% apresentaram de Grau I e Grau II simultaneamente e não houve ocorrência de Grau III (afetam os tecidos subcutâneo, muscular e ósseo). A região mais acometida foi o traseiro (41,20%), seguida do lombo (19,30 %) e do Dianteiro (4,82%), e 7,24% acometeram a carcaça inteira. Os principais cortes acometidos foram o Coxão duro (19,56%), a alcatra (18,98%) e a maminha (13,19%). As contusões retiradas chegaram em média a 240,60 g/animal. O cálculo dessas perdas foi estimado em 48.504,96 kg/ano resultando em um prejuízo estimado de R$ 277.952,00. Através dos resultados conclui-se que as contusões nas carcaças resultaram em considerável prejuízo para o estabelecimento e produtor, com perda da comercialização de parte da carne.