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O MAPA COMO TEXTO: REFLEXÕES E SENTIDOS NO ESPAÇO URBANO
O MAPA COMO TEXTO: REFLEXÕES E SENTIDOS NO ESPAÇO URBANO
JOANILHO, Mariângela Peccioli Galli; SATIL, Julianne Rosy do Vale
Artigo:
Nossa proposta centra-se na análise do mapa como texto, conforme os estudos da significação desenvolvidos por Eduardo Guimarães, os quais abordam o assunto sob uma perspectiva enunciativa. Para o linguista, autor de Semântica do Acontecimento: um estudo enunciativo da designação (2002), os mapas são assumidos como textos, ou seja, como unidades de sentido, efeitos de linguagem. Nessa perspectiva, as ruas de um bairro, por exemplo, apresentam-se como enunciados que se entrecruzam, sendo passíveis de leitura e interpretação. O processo de interpretação envolve o reconhecimento de que a linguagem não é ingênua, imparcial, sendo atravessada pela ideologia e pela memória. Por isso, mesmo que o mapa apresente-se como documento oficial, aparentemente dotado de neutralidade, sua essência – visto que é linguagem – demonstra muito mais do que o óbvio: indicar uma localização ou direção. Desse modo, nomear ruas e organizá-las dentro do mapa são ações políticas, as quais significam os sujeitos, os cidadãos dentro do espaço urbano. Neste trabalho, por meio dos pressupostos teórico-metodológicos da Semântica do Acontecimento, analisaremos a questão já apresentada, tomando a cidade de Londrina como exemplo e sugerindo, também, um trabalho interdisciplinar.
Nossa proposta centra-se na análise do mapa como texto, conforme os estudos da significação desenvolvidos por Eduardo Guimarães, os quais abordam o assunto sob uma perspectiva enunciativa. Para o linguista, autor de Semântica do Acontecimento: um estudo enunciativo da designação (2002), os mapas são assumidos como textos, ou seja, como unidades de sentido, efeitos de linguagem. Nessa perspectiva, as ruas de um bairro, por exemplo, apresentam-se como enunciados que se entrecruzam, sendo passíveis de leitura e interpretação. O processo de interpretação envolve o reconhecimento de que a linguagem não é ingênua, imparcial, sendo atravessada pela ideologia e pela memória. Por isso, mesmo que o mapa apresente-se como documento oficial, aparentemente dotado de neutralidade, sua essência – visto que é linguagem – demonstra muito mais do que o óbvio: indicar uma localização ou direção. Desse modo, nomear ruas e organizá-las dentro do mapa são ações políticas, as quais significam os sujeitos, os cidadãos dentro do espaço urbano. Neste trabalho, por meio dos pressupostos teórico-metodológicos da Semântica do Acontecimento, analisaremos a questão já apresentada, tomando a cidade de Londrina como exemplo e sugerindo, também, um trabalho interdisciplinar.
Palavras-chave:
DOI: 10.5151/sosci-xisepech-gt8_400
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Como citar:
JOANILHO, Mariângela Peccioli Galli; JULIANNE ROSY DO VALLE SATIL; "O MAPA COMO TEXTO: REFLEXÕES E SENTIDOS NO ESPAÇO URBANO", p-823-834.
In: Anais do XI Seminário de Pesquisa em Ciencias Humanas [=Blucher Social Science Proceedings, n.4 v.2].
São Paulo: Blucher,
2016.
ISSN 23592990,
DOI 10.5151/sosci-xisepech-gt8_400
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TY - CONF T1 - O MAPA COMO TEXTO: REFLEXÕES E SENTIDOS NO ESPAÇO URBANO JO - Blucher Social Sciences Proceedings VL - 2 IS - 4 SP - 823 EP - 834 PY - 2016 T2 - XI Seminário de Pesquisa em Ciencias Humanas AU - , SN - 23592990 DO - http://dx.doi.org/10.5151/sosci-xisepech-gt8_400 UR - www.proceedings.blucher.com.br/article-details/o-mapa-como-texto-reflexes-e-sentidos-no-espao-urbano-23624 KW - ER -
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Mariângela Peccioli Galli JOANILHO, Julianne Rosy do Vale SATIL, O MAPA COMO TEXTO: REFLEXÕES E SENTIDOS NO ESPAÇO URBANO, Blucher Social Sciences Proceedings, Volume 2, 2016, Pages 823-834, ISSN 23592990, http://dx.doi.org/10.5151/sosci-xisepech-gt8_400 (www.proceedings.blucher.com.br/article-details/o-mapa-como-texto-reflexes-e-sentidos-no-espao-urbano-23624) Palavras-chave:: ;