Resumo:

Se o movimento moderno defendeu uma produção impositiva, onde o arquiteto poderia definir de maneira autoritária o desenho das cidades e seus edifícios, a partir de meados do século XX suas práticas e teorias passam a ser duramente criticadas. Alternativas contextualizadoras e participativas são valorizadas como respostas a um mundo cada vez mais complexo, plural e diversificado. A inadequação arquitetônica às comunidades e famílias dos grandes conjuntos residenciais modernista aparece com frequência em debates profissionais, acadêmicos e nas comunidades em questão. Assim, o processo passa a ser debatido, em detrimento do produto. Se temos que considerar mais variáveis, a maneira como se atinge o resultado ganha importância sobre o resultado em si, que passa a ser inesperado. Na mesma época, autores como William Mitchel, Nicholas Negroponte, Yona Friedman e Christopher Alexander, defendem a união de processos participativos e ferramentas computacionais. União essa que vem sendo debatida até hoje com autores como José Pinto Duarte e Branko Kolarevic, que trazem o conceito de customização em massa para a arquitetura e o urbanismo. Assim, o presente trabalho pretende refletir sobre processos participativos viabilizados por ferramentas digitais a partir de um experimento, um algoritmo associado a um sistema construtivo, que permite a personalização da arquitetura. Espera-se, assim, contribuir com as discussões tanto sobre a participação dos usuários quanto sobre a apropriação de novas tecnologias.