DA CERÂMICA ARQUEOLÓGICA ITARARÉ-TAQUARA À CESTARIA KAINGANG: UM ESTUDO DO ACERVO INDÍGENA DO MUSEU HISTÓRICO DE CAMBÉ

DA CERÂMICA ARQUEOLÓGICA ITARARÉ-TAQUARA À CESTARIA KAINGANG: UM ESTUDO DO ACERVO INDÍGENA DO MUSEU HISTÓRICO DE CAMBÉ

MENEGUSSO, Maquiele Elisabete; MARTINEZ, Cláudia Eliane P. Marques

Artigo:

A história da região metropolitana de Londrina, como é habitualmente referida pelos discursos do pioneirismo e do vazio demográfico, dificulta a compreensão do papel e da importância das populações indígenas na sua formação histórica e na construção de sua identidade cultural. Desenvolvendo um diálogo com a arqueologia e a etno-história, a presente pesquisa busca uma maior compreensão sobre a ocupação da região por grupos Jê. Focando na trajetória dos ceramistas Itararé-Taquara e seus possíveis descendentes Kaingang, será dada ênfase à cultura indígena e suas transformações, principalmente na transição do pré-contato para o pós-contato. As fontes serão baseadas em bibliografias acerca do tema proposto e análise da cultura material de acervos museológicos. A proposta aqui apresentada é uma análise do perfil tipológico da cerâmica arqueológica Itararé-Taquara e da cestaria Kaingang do acervo do Museu Histórico de Cambé. O acervo indígena estudado, atesta ocupações humanas na região muito antes da chegada dos colonizadores europeus. Reconhecer esta presença não é invalidar toda a história que veio depois, mas mostrar outra visão, a de que os indígenas também fazem parte do processo de povoamento da região metropolitana de Londrina.

A história da região metropolitana de Londrina, como é habitualmente referida pelos discursos do pioneirismo e do vazio demográfico, dificulta a compreensão do papel e da importância das populações indígenas na sua formação histórica e na construção de sua identidade cultural. Desenvolvendo um diálogo com a arqueologia e a etno-história, a presente pesquisa busca uma maior compreensão sobre a ocupação da região por grupos Jê. Focando na trajetória dos ceramistas Itararé-Taquara e seus possíveis descendentes Kaingang, será dada ênfase à cultura indígena e suas transformações, principalmente na transição do pré-contato para o pós-contato. As fontes serão baseadas em bibliografias acerca do tema proposto e análise da cultura material de acervos museológicos. A proposta aqui apresentada é uma análise do perfil tipológico da cerâmica arqueológica Itararé-Taquara e da cestaria Kaingang do acervo do Museu Histórico de Cambé. O acervo indígena estudado, atesta ocupações humanas na região muito antes da chegada dos colonizadores europeus. Reconhecer esta presença não é invalidar toda a história que veio depois, mas mostrar outra visão, a de que os indígenas também fazem parte do processo de povoamento da região metropolitana de Londrina.

Palavras-chave:

DOI: 10.5151/sosci-xisepech-gt11_271

Referências bibliográficas

• [1] Araújo. A.G.M. A tradição Itararé-Taquara: características, área de ocorrência e algumas hipóteses sobre a expansão dos grupos Jê no sudeste do Brasil. Revista de Arqueologia, São Paulo, 2007.
• [2] CAVALCANTE, Ana Luisa Boavista Lustosa. Design para Sustentabilidade Cultural: Recursos estruturantes para sistema habilitante de revitalização de conhecimento local e indígena. Tese (doutorado) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014.
• [3] CHIMZ. Igor. Terminologia Arqueológica Brasileira para Cerâmica. Cadernos de Arqueologia, ano 1 nº1. Universidade Federal do Paraná. Paranaguá, 1976.
• [4] CRUZ, M.D; CORREIA, V.H. Normas de Inventário: Cerâmica utilitária. Instituto dos Museus e da Conservação, 2007.
• [5] FUNARI, Pedro Paulo. Linguística e Arqueologia. DELTA. Campinas: edu, v.15, n.1, pp. 161-176, 1999.
• [6] GINZBURG, Carlo. O Queijo e os Vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição. São Paulo: Companhia das Letras, 1987
• [7] PARELLADA, C. I. Tecnologia e estética da cerâmica Itararé-Taquara: dados etno-históricos e o acervo do Museu Paranaense. Revista Arqueologia, 21:97-111, 2008.
• [8] PROUS, André. Arqueologia Brasileira. Brasília, Editora da Universidade de Brasília, 1992.
• [9] LA SALVIA, F.; BROCHADO, J. J. J. P. Cerâmica Guarani. Porto Alegre: Posenato e Cultura, 1989.
• [10] RIBEIRO., Berta G. A Arte do Trançado dos Índios do Brasil: Um estudo taxonômico. Museu Paranaense Emílio Goeldi. Rio de Janeiro, Instituto nacional do Folclore, 1985.
• [11] ________Dicionário do Artesanato Indígena. São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
• [12] SILVA, Sérgio Baptista da. Etnoarqueologia dos Grafismos Kaingang: Um modelo para compreensão das sociedades Proto-Jê meridionais. Tese (doutorado), São Paulo, Universidade Estadual de São Paulo, 2001.
• [13] SHEPARD, A. O. [1956]. Ceramics for the Archaeologist. Washington D.C.: Carnegie Institution of Washington, 1985.

Como citar:

MENEGUSSO, Maquiele Elisabete; MARTINEZ, Cláudia Eliane P. Marques; "DA CERÂMICA ARQUEOLÓGICA ITARARÉ-TAQUARA À CESTARIA KAINGANG: UM ESTUDO DO ACERVO INDÍGENA DO MUSEU HISTÓRICO DE CAMBÉ", p-1050-1062. In: Anais do XI Seminário de Pesquisa em Ciencias Humanas [=Blucher Social Science Proceedings, n.4 v.2]. São Paulo: Blucher, 2016.
ISSN 23592990, DOI 10.5151/sosci-xisepech-gt11_271