Resumo:

Os biossurfactantes (BS) são compostos anfipáticos sintetizados por microrganismos capazes de reduzir a tensão superficial e interfacial (água e óleo), tornando-se um agente emulsificante de grande interesse industrial e alto valor agregado. Apresentam vantagens quanto aos surfactantes sintéticos, pois são biodegradáveis e exibem baixa toxicidade, levando a inúmeras aplicações, como na biorremediação, produção de cosméticos e desenvolvimento de novos agentes terapêuticos. O objetivo desse trabalho foi testar métodos de extração dos biossurfactantes produzidos por Bacillus subtilis (ATCC19659) visando melhor rendimento e purificação, realizar a caracterização da tensão superficial e avaliar o potencial antimicrobiano através da concentração mínima inibitória (MIC) e concentração mínima bactericida (MBC) em Escherichia coli (ATCC25992), Staphylococcus aureus (ATCC29213) e Staphylococcus epidermidis (ATCC12228). Após a melhor condição de cultivo foi realizada a precipitação ácida (pH=2,0), seguida de três diferentes métodos de extração por solventes orgânicos, como clorofórmio: metanol (65:15), acetato de etila:metanol (4:1) e diclorometano,obtendo-se 0mg/mL, 17mg/mL e 90mg/L de biossurfactante, respectivamente. Para os dois melhores métodos de extração, onde se obteve os maiores rendimentos, o BS apresentou a mesma redução da tensão superficial de 72mN/m (tensão superficial da água) para 42mN/m, na concentração de 500µg/mL. Os valores de MIC e MBC para a bactéria E. coli foi de 10µg/mL e para S. aureus e S. epidermidis foi de 240µg/mL, confirmando a atividade antimicrobiana. Portanto, conclui-se que o BS apresentou o maior rendimento quando utilizado diclorometano e foi eficiente na redução da tensão superficial. A capacidade antimicrobiana demonstra aplicação industrial, com perspectiva tanto na atividade antiadesiva de biofilme quanto na terapêutica.