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Tradução transcultural no filme “O”: Othelo ontem e hoje

Pinto, Ádria Graziele ; Domingos, Ana Cláudia Munari ;

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O artigo discute a relação intersemiótica entre o filme O, dirigido por Tim Blake Nelson e escrito por Brad Kaaya (2001), e a obra Othelo, The Moor of Venice, de Shakespeare, contemplando o conceito de tradução transcultural a partir dos estudos de Thaïs Flores Nogueira Diniz. O filme analisado rompe com o ideal utópico de fidelidade e, consequentemente, faz com que a transposição audiovisual seja vista como uma criação independente e legítima. Defendendo uma concepção de adaptação que ultrapassa a mera duplicação e considerando os diálogos possíveis entre os signos verbais do drama e o cinema, a análise é centrada nos protagonistas – Othello e Odin – e salienta as inúmeras particularidades correspondentes a cada personagem, a partir da leitura de estudiosos como Jan Kott e Martin Lings. A figuração do herói do teatro elisabetano é contrastada com a do herói contemporâneo apresentado pelo filme, sobretudo na permanência/distorção das questões de ordem existencial das personagens e seu contexto social. A produção O transfere a história clássica para o contexto contemporâneo, adaptando elementos referenciais e apostando no dialogismo das obras, fazendo com que o tripé “traição-ciúme-vingança” seja perpetuado e dirigindo-se ao espectador hodierno.

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Palavras-chave: William Shakespeare, Othelo, O, tradução transcultural, tradução intersemiótica, figuração do herói,

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DOI: 10.5151/phypro-intermidialidade2014-017

Referências bibliográficas
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Como citar:

Pinto, Ádria Graziele; Domingos, Ana Cláudia Munari; "Tradução transcultural no filme “O”: Othelo ontem e hoje", p. 216-234 . In: Aguiar, Daniella; Queiroz, João (Eds.). Anais do 1º Congresso Internacional de Intermidialidade 2014 [=Blucher Arts Proceedings, v.1 n.1]. São Paulo: Blucher, 2015.
ISSN 2447-3332, DOI 10.5151/phypro-intermidialidade2014-017

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