Artigo - Open Access.

Idioma principal

Surveys de inovação do Brasil: uma análise comparativa com surveys internacionais

Viegas, Thales de Oliveira Costa ; Paula, Germano Mendes de ; Arantes, Lídia Silveira ;

Artigo:

Oobjetivo precípuo deste trabalho é apresentar as evidências brasileiras dasprincipais surveys de inovação (Sondagemda Inovação e Pintec). O fito secundário é realizar uma comparação de aspectosmetodológicos de surveys realizadasem regiões do mundo selecionadas. Adicionalmente, pretende-se comparar osresultados da Pintec com aqueles verificados em outros países. As surveys brasileiras seguem os padrõesinternacionais de coleta e tratamento de dados sobre inovação e pesquisa edesenvolvimento (P&D) conforme o “Manual de Oslo”. Isso promove certo graude compatibilidade metodológica entre as pesquisas nacionais e as surveys internacionais. Contudo, aindahá desafios metodológicos significativos para serem superados pelo conjunto dassurveys e por alguns instrumentos, emparticular, dos países que as aplicam. Tal situação impõe dificuldades aosesforços de comparação internacional dos resultados dessas pesquisas. O focogeral das innovation surveys é monitorar o processo deinovação para permitir um melhor entendimento deste processo e os efeitos dainovação sobre a economia e, particularmente, para o desenvolvimento depolíticas públicas. A Europa foi pioneira nas innovation surveys e desenvolveu uma metodologia comum que serviude base para outras iniciativas de pesquisa ao redor do mundo. No Brasil osindicadores encontrados na Pintec são sistematicamente inferiores aos daSondagem da inovação, pois há um viés de seleção na amostra desta última, que écomposta apenas por grandes empresas. É um fato estilizado que as firmasmaiores tendem a inovar mais em todo o mundo. O cotejo intertemporal dosindicadores da Sondagem mostra uma tendência de queda, enquanto os resultadosda Pintec estão mais próximos de uma relativa estabilidade em seu conjunto. Todavia,cumpre notar que a periodicidade delas é distinta, uma vez que a Sondagem étrimestral e a Pintec é trienal. Já a comparação internacional evidencia que oBrasil apresenta, majoritariamente, indicadores consideravelmente piores do queaqueles verificados entre os países líderes europeus, tanto no que se refereaos esforços de inovação quanto no que tange aos seus resultados. Conclui-seque há muito o que se avançar em termos de realização de inovações relevantesno Brasil, bem como no que tange à qualidade e comparabilidade dos instrumentosempregados nas surveys ao redor domundo, aprimorando a sua aplicabilidade nas políticas públicas dos países.

 

Artigo:

Palavras-chave: Survey de Inovação; Desempenho Inovativo; Produto; Processo,

Palavras-chave: ,

DOI: 10.5151/enei2018-82

Referências bibliográficas
  • [1] AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL. Sondagem de Inovação da ABDI. Brasília: ABDI, vários números (disponível em: http://www.abdi.com.br/Paginas/sondagem.aspx) AMARA, Nabil; LANDRY, Rejean. Sources of information as determinants of novelty of innovation in manufacturing firms: evidence from the 1999 statistics Canada innovation survey. Technovation, v. 25, n. 3, p. 245-259, 2005. ARCHIBUGI, Daniele; PIANTA, Mario. Innovation surveys and patents as technology indicators: the state of the art. In: Innovation, patents and technological strategies, Paris: OECD. 1996. ARUNDEL, Anthony. Innovation survey indicators: What impact on innovation policy? Science technology and innovation indicators in a changing world: Responding to policy needs. OCDE, p. 49-64, 2007. AUTANT-BERNARD, Corinne et al. Measuring the adoption of innovation. A typology of EU countries based on the Innovation Survey. Innovation – The European Journal of Social Science Research, v. 23, n. 3, p. 199-222, 2010. BATTISTI, Giuliana.; STONEMAN, Paul. How innovative are UK firms? Evidence from the CIS4 on the synergistic effects of innovations. Report for the Department of Trade and Industry, 2007. BATTISTI, Giuliana; STONEMAN, Paul. How innovative are UK firms? Evidence from the fourth UK community innovation survey on synergies between technological and organizational innovations. British Journal of Management, v. 21, n. 1, p. 187-206, 2010. BLANKLEY, William; MOLOTJA, Neo; SCERRI, Mario. Measuring innovation in OECD and non-OECD countries: selected seminar papers. HSRC Press, 2006. BOGLIACINO, Francesco et al. Innovation and development: The evidence from innovation surveys. Latin American Business Review, v. 13, n. 3, p. 219-261, 2012. CAVALCANTE, Luiz Ricardo; DE NEGRI, Fernanda. Trajetória recente dos indicadores de inovação no Brasil. Texto para Discussão, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 201 OECD and Eurostat. Oslo Manual: Guidelines for Collecting and Interpreting Innovative Data. 3a Edição, a joint publication of OECD and Eurostat. 2005. FOWLER JR, Floyd J. Survey research methods. Sage publications, 2013. FOYN, F. Using the Oslo methodology to measure innovation: The Community Innovation Survey Aproach. IN: BLANKEY, W; SCERRI, M. MOLOTJA, N; SALOOJE (Eds.) OCDE. Measuring innovation in OECD and non-OECD countries. OECD-HSRC Press, Cape Town, p. 111-122, 2006. FREITAS, Henrique et al. O método de pesquisa survey. Revista de Administração da Universidade de São Paulo, v. 35, n. 3, 2000. FRENZ, Marion; IETTO-GILLIES, Grazia. The impact on innovation performance of different sources of knowledge: Evidence from the UK Community Innovation Survey. Research Policy, v. 38, n. 7, p. 1125-1135, 2009. CASTELLACCI, Fulvio; NATERA, Jose Miguel. Innovation surveys in Latin America: a primer. Innovation and Development, v. 2, n. 1, p. 199-204, 2012. GODIN, Benoit. A note on the survey as an instrument for measuring science and technology. Project on the History and Sociology of S&T Statistics, 2002. GODIN, Benoit. The rise of innovation surveys: Measuring a fuzzy concept. Canadian Science and Innovation Indicators Consortium, Project on the History and Sociology of S&T Statistics, Working Paper, v. 16, 2002. GODIN, Benoıt. The linear model of innovation. The historical construction of an analytical framework. Science, Technology, and Human Values, 31 (6): 639-667, 2006. GODIN, Benoît. The Making of Statistical Standards: The OECD and the Frascati Manual, 1962-2002. Project on the History and Sociology of STI Statistics, Working Paper, 2008. GODIN, Benoit. Innovation studies: The invention of a specialty (Part I). Project on the Intellectual History of Innovation, Working Paper, n. 7, 2010. GUELLEC, Dominique; PATTINSON, Bill. Innovation surveys: Lessons from OECD countries' experience. STI-Science Technology Industry Review, n. 27, p. 77-102, 2000. GUILLARD, Charlotte; SALAZAR, Mónica. The Experience in Innovation Surveys of Selected Latin American Countries. Inter-American Development Bank, 2017. DERBYSHIRE, J., HOLLANDERS, H., LEWNEY R., RIVERA LEON, L., TARANTOLA, S. and TIJSSEN R. Regional Innovation Scoreboard 2012 - Methodology report, European Commission, 2012. HOOKER, H.; ACHUR, J. First findings from the UK innovation survey 2013. UK Department for Business Innovation and Skills, London, UK, Tech. Rep, 2014. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Inovação 201 Rio de Janeiro, 2013 ____. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Inovação 2014. Rio de Janeiro, 2016 KOELLER, Priscila. Dinâmica da inovação no Brasil em contraposição a países selecionados. IPEA, Rio de Janeiro. 2017. KOELLER, Priscila. Dinâmica da inovação: Brasil frente aos países da União Europeia (indícios de 2014). IPEA, Rio de Janeiro.2018. LIBÂNIO, Gilberto; FERREIRA, Cândido; DIAS, Ana; SANTOS, Ulisses; ALENCAR, Douglas; LONDE, Anna. Inovação na indústria de Minas Gerais e do Brasil: uma análise comparativa a partir dos dados da Sondagem de Inovação (2010-2013). In: XVI Seminário de Economia Mineira. Diamantina, 2014. LIBÂNIO, Gilberto; FERREIRA, Cândido; DIAS, Ana; SANTOS, Ulisses; ALENCAR, Douglas; LONDE, Anna. Inovação na indústria brasileira: uma análise a partir dos dados de um painel de empresas da Sondagem de Inovação. In: XVII Seminário de Economia Mineira, Diamantina, 2016. LUCKING, Ben. International comparisons of the third community innovation survey (CIS3). DTI, London. 2004. LUGONES, Gustavo. The Bogota Manual: Standardising innovation. In: Measuring Innovation in OECD and Non-OECD Countries: Selected Seminar Papers. HSRC Press, 2006. p. 163. JARAMILLO, H.; LUGONES, G.; SALAZAR, M. Bogotá Manual-Standardization of indicators of technological innovation in Latin America and Caribbean Countries. Bogotá: RICYT, OAS, CYTED Program, Colciencias, OCYT, 200 MARINS, L., ANLLÓ, G. y SCHAAPER, M. “Estadísticas de innovación: el desafío de la comparabilidad”, IN: ALBORNOZ, M (ed.) El estado de la ciencia: principales indicadores de ciencia y tecnología iberoamericanos / interamericanos 2012, Buenos Aires, Red de Indicadores de Ciencia y Tecnología-Iberoamericana e Interamericana, pp. 65-79, 2012. MIRANDA, Pedro; KOELLER, Priscila. A Inovação e as MPES: uma breve análise do período recente. IPEA, Rio de Janeiro. 2018. O'BRIEN, K. R. The evolution of subject approaches to innovation measurement, and implications for new innovation indicators. Tese de Doutorado. University of Tasmania. 2013. OCDE. Innovative networks: co-operation in national innovation systems. Paris: OCDE Publications, 200 MANUAL FRASCATI. Proposed Standard Practice for surveys on research and experimental development. OCDE. França. 2002. QUADROS, Ruy et al. Technological innovation in Brazilian industry: an assessment based on the São Paulo innovation survey. Technological forecasting and social change, v. 67, n. 2-3, p. 203-219, 200 ROMEIRO, Maria do Carmo et al. Pesquisa sobre Inovação Tecnológica: o possível viés da informação em levantamentos. Revista Brasileira de Inovação, v. 13, n. 1, p. 133-162, 2014. SALAZAR, Mónica; HOLBROOK, Adam. A debate on innovation surveys. Science and public policy, v. 31, n. 4, p. 254-266, 2004. SMITH, K. Measuring Innovation. In: FAGERBERG, Jan; MOWERY, David C.; NELSON, R. R. The Oxford handbook of innovation. University Press, Oxford, pp. 148–179, 2005. STEP ECONOMICS. The analysis of CIS II data: towards an identification of regional innovation systems, : Final Report, STEP Economics, Turin. 2000. STEWARD, Fred; WANG, Y.; TSOI, J. Direct measurement of innovation output using documentary and digital sources. Report for measuring eco-innovation project. European Commission and European Environment Agency, Bruselas, 2008. TETHER, B.S., 200 Identifying innovation, innovators and innovative behaviours: A critical assessment of the Community Innovation Survey (CIS). CRIC Discussion Paper No. 48. Manchester: University of Manchester, Centre for Research on Innovation and Competition, 200 TOMLINSON, Mark et al. Innovation surveys: A researcher's perspective. Department of Industrial Economics and Strategy, Copenhagen Business School, 2000. TSAI, Kuen-Hung; WANG, Jiann-Chyuan. External technology sourcing and innovation performance in LMT sectors: An analysis based on the Taiwanese Technological Innovation Survey. Research Policy, v. 38, n. 3, p. 518-526, 2009. VAUS, DA de. Surveys in social research. New South Wales: Allen and Unwin, 2002. VIOTTI, Eduardo B.; BAESSA, Adriano Ricardo; KOELLER, Priscila. Perfil da inovação na indústria brasileira: uma comparação internacional. In: DE NEGRI, J. A.; SALERNO, M. (Orgs.). Inovações, padrões tecnológicos e desempenho das firmas industriais brasileiras. Brasília: IPEA, p. 653-687, 2005
Como citar:

Viegas, Thales de Oliveira Costa; Paula, Germano Mendes de; Arantes, Lídia Silveira; "Surveys de inovação do Brasil: uma análise comparativa com surveys internacionais", p. 1498-1517 . In: . São Paulo: Blucher, 2018.
ISSN 2357-7592, DOI 10.5151/enei2018-82

últimos 30 dias | último ano | desde a publicação


downloads


visualizações


indexações