Artigo - Open Access.

Idioma principal | Segundo idioma

Sobrevivência de empresas industriais inovadoras e não-inovadoras no Brasil: uma análise a partir dos dados da PINTEC e CEMPRE

Survival of innovative and non-innovative industrial companies in Brazil: an analysis based on data from the PINTEC and CEMPRE

Botelho, Marisa dos Reis Azevedo ; Sousa, Graciele de Fátima ; Avellar, Ana Paula Macedo de ;

Artigo:

Estudos recentes mostram que empresas inovadoras apresentam melhor performance, em termos de crescimento e sobrevivência, em relação às não inovadoras. O presente artigo insere-se nessa temática, tendo como objetivo principal analisar a sobrevivência de empresas inovadoras e não inovadoras no Brasil nos anos 2000. Para cumprir esse objetivo, utiliza-se um conjunto de dados inédito, obtido por meio de uma tabulação especial elaborada pelo IBGE para o presente trabalho. Os dados foram obtidos a partir de um cruzamento das bases da Pesquisa de Inovação (PINTEC) e do Cadastro Geral de Empresas (CEMPRE) e referem-se aos anos 2000, mais especificamente às empresas presentes nas edições 2000, 2003, 2005 e 2008 da PINTEC, para as quais são identificadas as taxas de sobrevivência até o ano de 2018. Além dos dados gerais, são analisados também as desagregações por porte e intensidade tecnológica setorial. Como resultados principais encontrou-se que (i) empresas inovadoras apresentam taxas de sobrevivência superiores às não inovadoras; (ii) as taxas de sobrevivência estão diretamente relacionadas ao porte, para inovadoras e não inovadoras; e (iii) as maiores taxas de sobrevivência foram apresentadas pelas firmas inovadoras de média-alta intensidade tecnológica, enquanto a curva mais baixa de sobrevivência foi dos estabelecimentos não inovadores dos setores de alta intensidade tecnológica.

Artigo:

Recent studies show that innovative companies perform better in terms of growth and survival than non-innovative ones. This paper discusses this theme, with the main purpose of analyzing the survival of innovative and non-innovative companies in Brazil in the 2000s. To achieve this objective, an unprecedented dataset is used, obtained through a special tabulation prepared by the IBGE for the present work. The data were obtained by the intersection of the Innovation Survey (PINTEC) and the General Register of Companies (CEMPRE) and refer to the 2000s, more specifically to the companies present in the 2000, 2003, 2005 and 2008 editions of the PINTEC, for which survival rates up to 2018 are identified. In addition to general data, breakdowns by sector size and technological intensity are also analyzed. As main results, it was found that (i) innovative companies have higher survival rates than non-innovative ones, (ii) survival rates are directly related to size, for innovative and non-innovative companies, and (iii) the highest survival rates were presented by innovative firms with medium-high technological intensity, while the lowest survival curve was for non-innovative establishments in sectors with high technological intensity.

Palavras-chave: Sobrevivência; Empresas inovadoras e não inovadoras; PINTEC; CEMPRE; Brasil,

Palavras-chave: Survival; Innovators and non-innovators companies; PINTEC; CEMPRE; Brazil,

DOI: 10.5151/vi-enei-829

Referências bibliográficas
  • [1] ADLER, R. Match your innovation strategy to your innovation ecosystem. Harvard Business Review, v. 84, n. 4, p. 98-107, 2006.
  • [2] ADNER, R.; KAPOOR, R. Value creation in innovation ecosystems: how the structure of technological interdependence affects firm performance in new technology generations. Strategic Management Journal, v. 31, n. 3, p. 306-333, 2010.
  • [3] AGRESTI, A. Categorical data analysis, 2 ed., John Wiley & Sons, Inc. New Jersey: 2002.
  • [4] ALEXY, O.; GEORGE, G.; SALTER, A. J. Cui bono? The selective revealing of knowledge and its
  • [5] implications for innovative activity. Academy of Management Review, v. 38, n. 2, p. 270-291, 2013.
  • [6] BALDONI, L. D. Geografia e inovação: A conversão de recursos em ativos no sistema local de inovação de Campinas (SP) BRASIL. Tese (Doutorado em Geografia) – Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP: 2019.
  • [7] BENITEZ, G. B.; AYALA, N. F.; FRANK, A. G. Industry 4.0 innovation ecosystems: An evolutionary perspective on value cocreation. International Journal of Production Economics, v. 228, p. 1-13, 2020.
  • [8] CARAYANNIS, E. G.; CAMPBELL, D. F. J. ‘Mode 3’ and ‘Quadruple helix’: toward a 21st century fractal innovation ecosystem. International Journal of Technology Management, v. 46, n. 3-4, p. 201-234, 2009.
  • [9] DELERA, M. C.; DELERA, M.; PIETROBELLI, C.; CALZA, E.; LAVOPA, A. Does value chain
  • [10] participation facilitate the adoption of Industry 4.0 Technologies in developing countries? MERIT Working Papers 2020-046, United Nations University – Maastricht Economic and Social Research Institute on Innovation and Technology (MERIT), 2020.
  • [11] FIPE – FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS. Implantação de ambientes de
  • [12] inovação e criatividade. Relatório final, FAPESP; FIPE. São Paulo: jun. 2020.
  • [13] GARCIA, R.; ARAÚJO, V. C.; MASCARINI, S.; SANTOS, E. G. Os efeitos da proximidade geográfica para o estímulo da interação universidade-empresa. Revista de Economia UFPR, v. 37, número especial, p. 307-330, 2011.
  • [14] GASPAROTO, M. R. M. A Unicamp no contexto do ecossistema empreendedor da região
  • [15] metropolitana de Campinas: um estudo utilizando a metodologia análise de redes sociais. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP: 2019.
  • [16] GAWER, A.; CUSUMANO, M. A. Industry platforms and ecosystem innovation. Journal of Production and Innovation Management, v. 31, n. 3, p. 417-433, 2014.
  • [17] GORGULHO, G. Massa crítica: Unicamp e a origem do polo de tecnologia de Campinas, Editora da Unicamp. São Paulo: 2019.
  • [18] HAIR, F.; WILLIAM, B.; BARRY, B.; RONALD, T. Análise multivariada de dados, 6 ed., Bookman.
  • [19] São Paulo: 2009.
  • [20] HEATON, S.; SIEGEL, D. S.; TEECE, D. J. Universities and innovation ecosystems: A dynamic
  • [21] capabilities perspective. Industrial and Corporate Change, v. 28, n. 4, p. 921-939, 2019.
  • [22] IEL/CNI et al. Industry 2027: risks and opportunities for Brazil in the face of disruptive innovations. Final report: Building the Future of Brazilian Industry, IEL/CNI. Brasília: 2018.
  • [23] KATZ, B.; WAGNER, J. The rise of innovation districts: a new geography of innovation in America, Brookings. Washington, DC: 2014. Disponível em: https://www.brookings.edu/wpcontent/uploads/2016/07/InnovationDistricts1.pdf.
  • [24] LI, J. F.; GARNSEY, E. Policy-driven ecosystems for new vaccine development. Technovation, v. 34, n. 12, p. 762-772, 2014.
  • [25] LONG, J. S.; FREESE, J. Regression models for categorical and limited dependent variables using Stata, 2 ed., Stata Press. College Station, TX: 2006.
  • [26] LONG, J. S.; FREESE, J. Regression models for categorical dependent variables using Stata, 3 ed., Stata Press. College Station, TX: 2014.
  • [27] MAZZUCATO, M.; ROBINSON, D. K. R. Co-creating and directing Innovation Ecosystems? NASA’s changing approach to public-private partnerships in low-earth orbit. Technological Forecasting & Social Change, v. 136, p. 166-177, 2018.
  • [28] MCTIC – MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÕES E COMUNICAÇÕES.
  • [29] Estratégia Brasileira para a Transformação Digital (E-Digital), Governo Federal do Brasil. Brasília: 2018.
  • [30] MOORE, J. F. Predators and prey: a new ecology of competition. Harvard Business Review, v. 71, n. 3, p. 75-83, 1993.
  • [31] OCDE – ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. The
  • [32] next production revolution: Implications for governments and business, OECD Publishing. Paris: 2017.
  • [33] OCDE – ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. A
  • [34] caminho da era digital no Brasil, OECD Publishing. Paris: 2020.
  • [35] RENNER, D. P. Ecossistema de startups de Campinas: o papel da Inova Unicamp na estruturação do campo institucional. Dissertação (Mestrado em Gestão Empresarial) – Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, Fundação Getúlio Vargas. Rio de Janeiro, RJ: 2017.
  • [36] ROHRBECK, R.; HÖLZLE, K.; GEMÜNDEN, H. G. Opening up for competitive advantage – how
  • [37] Deutsche Telekom creates an open innovation ecosystem. R&D Management, v. 39, n. 4, p. 420-430, 2009.
  • [38] SCHAEFFER, P. R. O papel das universidades na dinâmica dos ecossistemas de inovação: evidências para o estado de São Paulo. Tese (Doutorado em Política Científica e Tecnológica) – Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP: 2020.
  • [39] TSUGIMOTO, M.; KAJIKAWAA, Y.; TOMITAB, J.; MATSUMOTO, Y. A review of the ecosystem
  • [40] concept – Towards coherent ecosystem design. Technological Forecasting & Social Change, v. 136, p. 49-58, 2018.
  • [41] UNICAMP – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Inova. Relatório de Atividades da
  • [42] Agência de Inovação Inova Unicamp, Unicamp. Campinas: 2020. Disponível em:
  • [43] https://www.inova.unicamp.br/wp-content/uploads/2021/04/Relatorio-Anual-Inova-Unicamp-2020-v.2.pdf.
  • [44] UNIDO – UNITED NATIONS INDUSTRIAL DEVELOPMENT ORGANIZATION. Industrial
  • [45] Development Report 2020: Industrializing in the digital age, UNIDO. Vienna: 2019.
  • [46] WILLIAMS, R. Understanding and interpreting generalized ordered logit models. The Journal of Mathematical Sociology, v. 40, n. 1, p. 7-20, 2016.
  • [47] ZAHRA, S. A.; NAMBISAN, S. Entrepreneurship and strategic thinking in business ecosystems. Business Horizons, v. 55, n. 3, p. 219-229, 2012.
Como citar:

Botelho, Marisa dos Reis Azevedo; Sousa, Graciele de Fátima; Avellar, Ana Paula Macedo de; "Sobrevivência de empresas industriais inovadoras e não-inovadoras no Brasil: uma análise a partir dos dados da PINTEC e CEMPRE", p. 895-912 . In: Anais do VI Encontro Nacional de Economia Industrial e Inovação (ENEI): “Indústria e pesquisa para Inovação: novos desafios ao desenvolvimento sustentável”. São Paulo: Blucher, 2022.
ISSN 2357-7592, DOI 10.5151/vi-enei-829

últimos 30 dias | último ano | desde a publicação


downloads


visualizações


indexações