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Esta apresentação visa a expor resultados da pesquisa de doutorado, cujo tema é o fenômeno da ressignificação do Móvel Moderno Brasileiro no século XXI, a partir do ponto de vista da arte, do mercado, e da autenticidade. Este estudo qualitativo, conta para a primeira parte com análises observacional e fenomenológicas, e se baseia em revisão iconográfica do mobiliário brasileiro e internacional, catálogos, livros e sites, bem como textos sobre a semiologia do design, com vistas à responder a seguinte indagação exploratória: como se pode compreender a legitimidade do emprego da palavra “artístico” ao design de mobiliário vintage, quando utilizada para agregar valor aos móveis exibidos em galerias, museus, coleções particulares e, principalmente, aos comercializados no mercado secundário de arte e em exposições de produções de designers que exploram o tema “fronteiras entre arte e design”? Para tanto, fundamentada no conceito das três funções do design por Bernd Lobäch (1979) – prática, estética e simbólica –, esta pesquisa propõe a existência de três categorias de reconhecimento de móvel, descritas a partir da percepção de elementos subjetivos em relação aos projetos originais: a do móvel que “é artístico”, concebido no universo da Arte, criado por artistas para ser único ou reproduzido serialmente, e não serve para funções práticas; a do móvel que “pode ser artístico”, pois – além de sua função prática – potencializa a função estética e/ou a simbólica durante o projeto, ou mesmo pela apropriação de formas artísticas ou incorporação de artesanato; e a do móvel que “tornou-se artístico”, no qual a associação à arte fora atribuída no pós-uso, tais como nos ready-mades, pelos artistas, ou nos vintage, os quais foram ressignificados pelos colecionadores. Por esta proposição, pretende-se evidenciar em quais situações o uso do termo “artístico” é adequado e como se constitui o fenômeno de ressignificação desse mobiliário no mercado da arte.