Artigo completo - Open Access.

Idioma principal | Segundo idioma

REGRESSÃO TECNOLÓGICA DO ESFORÇO INOVATIVO NO BRASIL: UMA ANÁLISE SHIFT-SHARE PARA O PERÍODO 2011-2017

Technological Regression of Innovation Effort in Brazil: A Shift-Share Analysis for the Period 2011-2017

Oliveira, Bruno Ferreira de ; Cruz, Felipe Ponciano da ; Accioly, Enzo Matheus Fernandez Barreira ; Soares, Igor Masullo ;

Artigo completo:

Para verificar a hipótese de regressão tecnológica e produtiva em termos de esforço inovativo, foram utilizados os dados de 2011, 2014 e 2017 da Pesquisa de Inovação Tecnológica (PINTEC) para aplicar o método shift-share e identificar os principais determinantes da evolução da taxa de crescimento do esforço inovativo da indústria brasileira. Entre 2011 e 2017 houve um pequeno aumento do esforço inovativo, com o efeito especialização contribuindo positivamente e os efeitos alocação e estrutural negativamente. Existe uma diferença significativa entre os períodos intermediários, se por um lado o período de 2011-2014 foi caracterizado como dinâmico, por outro o de 2014-2017 foi não-dinâmico em termos de esforço inovativo. Enquanto os segmentos da indústria extrativa, de baixa e média-baixa intensidade tecnológica foram dinâmicos, os de média-alta e alta foram não-dinâmicos, indicando que o esforço inovativo tem sido direcionado para setores de baixa tecnologia, às custas daqueles com elevado conteúdo tecnológico.

Artigo completo:

To verify the hypothesis of technological and productive regression in terms of innovative effort, data from 2011, 2014 and 2017 of the Technological Innovation Research (PINTEC) were used to apply the shift-share method and identify the main determinants of the evolution of the growth rate of the innovative effort of the Brazilian industry. Between 2011 and 2017 there was a small increase in innovation effort, with the specialization effect contributing positively and the allocation and structural effects negatively. There is a significant difference between the intermediate periods, while the 2011-2014 period was characterized as dynamic, the 2014-2017 period was non-dynamic in terms of innovative effort. While the low- and medium-low-technology intensive segments of the extractive industry were dynamic, the medium-high and high-technology segments were nondynamic, indicating that the innovative effort has been directed to low-technology sectors, at the expense of those with high technological content.

Palavras-chave: Esforço Inovativo; P&D; Análise Shift-Share; Indústria; Regressão Produtiva,

Palavras-chave: Innovative Effort; R&D; Shift-Share Analysis; Industry; Productive Regression,

DOI: 10.5151/v-enei-655

Referências bibliográficas
  • [1] ALDIERI, Luigi; SENA, Vania; VINCI, Concetto Paolo. Domestic R&D spillovers and absorptive capacity: Some evidence for US, Europe and Japan. International Journal of Production Economics, v. 198, p. 38-49, 2018.
  • [2] APRILIYANTI, Indri Dwi; ALON, Ilan. Bibliometric analysis of absorptive capacity. International Business Review, v. 26, n. 5, p. 896-907, 2017.
  • [3] ARAÚJO, Bruno César Pino Oliveira de; CAVALCANTE, Luiz Ricardo; ALVES, Patrick Franco. Variáveis proxy para os gastos empresariais em inovação com base no pessoal ocupado técnico-científico disponível na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). 2009.
  • [4] ARCELUS, Francisco J. An extension of shift-share analysis. Growth and change, v. 15, n. 1, p. 3-8, 198
  • [5] BALLESTA, José Antonio; ATENCIO, Alexander Alfonso. De la desindustrialización madura a la desindustrialización prematura: la dinámica e inflexión del debate teórico. Investigación económica, v. 77, n. 303, p. 130-160, 2018.
  • [6] CALZOLAIO, Aziz Eduardo. Política de inovação da década de 2000: produtividade e inovação. Cadernos do Desenvolvimento, v. 14, n. 25, p. 149-175, 2019.
  • [7] CANTWELL, John. Innovation and competitiveness. The Oxford handbook of innovation, p. 543-567, 2005.
  • [8] CARVALHEIRO, Nelson. Uma decomposição do aumento da produtividade do trabalho no Brasil durante os anos 90. Revista de Economia Contemporânea, v. 7, n. 1, p. 81-109, 2003.
  • [9] CASSIOLATO, José Eduardo; LASTRES, Helena Maria Martins. Sistemas de inovação e desenvolvimento: as implicações de política. São Paulo em perspectiva, v. 19, n. 1, p. 34-45, 2005.
  • [10] COHEN, Wesley M.; LEVINTHAL, Daniel A. Absorptive capacity: A new perspective on learning and innovation. Administrative science quarterly, p. 128-152, 1990.
  • [11] DE NEGRI, F. et al. Redução drástica na inovação e no investimento em P&D no brasil: o que dizem os indicadores da pesquisa de inovação 2017. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). 2020 (Nota Técnica Diset nº 60).
  • [12] DOSI, G.; PAVITT, K.; SOETE, L (1990). The Economics of Technical Change and International Trade, 1990.
  • [13] DUNN JR, Edgar S. A statistical and analytical technique for regional analysis. Papers in Regional Science, v. 6, n. 1, p. 97-112, 1960.
  • [14] ESTEBAN-MARQUILLAS, Joan Maria. Shift-and share analysis revisited. Regional and Urban Economics, v. 2, p. 249-261, 1972.
  • [15] FAGERBERG, Jan. Innovation policy: Rationales, lessons and challenges. Journal of Economic Surveys, v. 31, n. 2, p. 497-512, 2016.
  • [16] FAGERBERG, Jan. Technological progress, structural change and productivity growth: a comparative study. Structural change and economic dynamics, v. 11, n. 4, p. 393-411, 2000.
  • [17] FAGERBERG, Jan; SRHOLEC, Martin; KNELL, Mark. The competitiveness of nations: Why some countries prosper while others fall behind. World development, v. 35, n. 10, p. 1595-1620, 2007.
  • [18] GALA, Paulo; CARVALHO, André Roncaglia. Brasil, uma sociedade que não aprende: novas perspectivas para discutir ciência, tecnologia e inovação. Cadernos de Campo: Revista de Ciências Sociais, n. 27, 2019.
  • [19] GALEANO, Edileuza Aparecida Vital; WANDERLEY, Lívio Andrade. Produtividade industrial do trabalho e intensidade tecnológica nas regiões do Brasil: Uma análise regional e setorial para o período 1996-2007. Planejamento e Políticas Públicas, n. 40, 2013.
  • [20] GALEANO, Edileuza Vital; CARVALHO, Amilcar José. Produtividade e heterogeneidade na estrutura produtiva da indústria de transformação no Brasil. Textos de Economia, v. 22, n. 2, p. 1-23, 2019.
  • [21] GOMES, Maria Terezinha Serafim. A indústria de transformação no Brasil: o debate da desindustrialização e os desafios da indústria 4.0. ENTRE-LUGAR, v. 11, n. 22, p. 139-168, 2020.
  • [22] HAGEDOORN, John; CLOODT, Myriam. Measuring innovative performance: is there an advantage in using multiple indicators?. Research policy, v. 32, n. 8, p. 1365-1379, 2003.
  • [23] HARAGUCHI, Nobuya; CHENG, Charles Fang Chin; SMEETS, Eveline. The importance of manufacturing in economic development: Has this changed?. World Development, v. 93, p. 293-315, 2017.
  • [24] HARTMANN, Dominik et al. Linking economic complexity, institutions, and income inequality. World Development, v. 93, p. 75-93, 2017.
  • [25] HIRSCHMAN, Albert O. The strategy of economic development. 1958.
  • [26] INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa de Inovação Tecnológica. Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 30 set. 2020.
  • [27] INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa Industrial Mensal - PIM. Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 30 set. 2020.
  • [28] INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL (IEDI). Estratégias Nacionais para a Indústria 4.0. 2018. Disponível em: https://iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_860.html. Acesso em: 30 set. 2020.
  • [29] INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL (IEDI). Novos princípios da estratégia industrial alemã. 2019. Disponível em: https://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_914.html. Acesso em: 30 set. 2020.
  • [30] IPEADATA – Base de dados do IPEA. Disponível em: http://www.ipeadata.gov.br/Default.aspx . Acesso em: 30 set. de 2020.
  • [31] KALDOR, Nicholas. Causes of the slow rate of economic growth of the United Kingdom: an inaugural lecture. Cambridge University Press, 1966.
  • [32] KIVEU, Mary Nafula; NAMUSONGE, Mary; MUATHE, Stephen. Effect of innovation on firm competitiveness: the case of manufacturing SMEs in Nairobi County, Kenya. International Journal of Business Innovation and Research, v. 18, n. 3, p. 307-327, 2019.
  • [33] KOELLER, Priscila. Investimentos federais em pesquisa e desenvolvimento: estimativas para o período 2000-2020. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). 2020 (Nota Técnica Diset nº 56).
  • [34] LAZONICK, William. The innovative firm. In: The Oxford handbook of innovation. 2005.
  • [35] LEHNERT, Patrick; PFISTER, Curdin; BACKES-GELLNER, Uschi. Employment of R&D personnel after an educational supply shock: Effects of the introduction of Universities of Applied Sciences in Switzerland. Labour Economics, v. 66, p. 101883, 2020.
  • [36] MAIA, Bento Antunes de Andrade. Há desindustrialização no Brasil? Um estudo da abordagem clássica e de análises alternativas entre 1998 e 2014. Economia e Sociedade, v. 29, n. 2, p. 549-579, 2020.
  • [37] MARCONI, Nelson; ROCHA, Marcos. Taxa de câmbio, comércio exterior e desindustrialização precoce: o caso brasileiro. Economia e Sociedade, v. 21, n. spe, p. 853-888, 2012.
  • [38] MATRICANO, Diego. The effect of R&D investments, highly skilled employees, and patents on the performance of Italian innovative startups. Technology Analysis & Strategic Management, p. 1-14, 2020.
  • [39] MELO, Michele Cristina Silva; RUIZ, Ana Urraca. Mudança estrutural e co-evolução das estruturas produtiva, comercial e tecnológica no Brasil. Revista Brasileira de Economia de Empresas, v. 15, n. 1, 2015.
  • [40] MORCEIRO, Paulo César; GUILHOTO, Joaquim José Martins. Adensamento produtivo e esgarçamento do tecido industrial brasileiro. Economia e Sociedade, v. 29, n. 3, p. 835-860, 2020.
  • [41] NASSIF, André; BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos; FEIJO, Carmem. The case for reindustrialisation in developing countries: towards the connection between the macroeconomic regime and the industrial policy in Brazil. Cambridge Journal of Economics, v. 42, n. 2, p. 355-381, 2018.
  • [42] NIETO, Mariano; QUEVEDO, Pilar. Absorptive capacity, technological opportunity, knowledge spillovers, and innovative effort. Technovation, v. 25, n. 10, p. 1141-1157, 2005.
  • [43] OLIVEIRA, Bruno Ferreira de. A Dinâmica Inovativa como um dos determinantes do processo de Desindustrialização: Um estudo empírico para países selecionados no período de 1995-2016. Dissertação de Mestrado. Universidade Cândido Mendes. 2019.
  • [44] ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. A Agenda 2030. Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/ . Acesso em: 30 jun. de 2019.
  • [45] PEREIRA, Adriano José; DATHEIN, Ricardo. Processo de aprendizado, acumulação de conhecimento e sistemas de inovação: a “co-evolução das tecnologias físicas e sociais” como fonte de desenvolvimento econômico. Revista Brasileira de Inovação, v. 11, n. 1, p. 137-166, 2012.
  • [46] PREBISCH, Raúl. El desarrollo económico de la América Latina y algunos de sus principales problemas. El trimestre económico, v. 16, n. 63 (3, p. 347-431, 1949.
  • [47] ROCHA, Frederico. Produtividade do trabalho e mudança estrutural nas indústrias brasileiras extrativa e de transformação, 1970-2001. Brazilian Journal of Political Economy, v. 27, n. 2, p. 221-241, 2007.
  • [48] RODRIK, Dani. Premature deindustrialization. Journal of economic growth, v. 21, n. 1, p. 1-33, 2016.
  • [49] SCHUMPETER, J. Teoria do desenvolvimento economico: Uma investigaçao sobre lucro, capital, crédito, juro e ciclo economico. nova cultural. 1985.
  • [50] SIMÕES, Rodrigo. Métodos de análise regional e urbana: diagnóstico aplicado ao planejamento. Belo Horizonte: Cedeplar/UFMG, 2005.
  • [51] SOUSA, Rodrigo Abdalla Filgueiras de; NASCIMENTO, Paulo A. Meyer M. Ocupações técnico-científicas no setor de telecomunicações: considerações sobre sua intensidade e sobre a oferta de mão de obra qualificada. 2011.
  • [52] SZIRMAI, Adam; VERSPAGEN, Bart. Manufacturing and economic growth in developing countries, 1950–2005. Structural change and economic dynamics, v. 34, p. 46-59, 2015.
  • [53] TAQUES, Fernando Henrique et al. Indicators used to measure service innovation and manufacturing innovation. Journal of Innovation & Knowledge, 2020.
  • [54] TEECE, David J.; PISANO, Gary; SHUEN, Amy. Dynamic capabilities and strategic management. Strategic management journal, v. 18, n. 7, p. 509-533, 1997.
  • [55] TIMMER, Marcel P.; SZIRMAI, Adam. Productivity growth in Asian manufacturing: the structural bonus hypothesis examined. Structural change and economic dynamics, v. 11, n. 4, p. 371-392, 2000.
  • [56] TREGENNA, F.; ANDREONI, A. Deindustrialisation Reconsidered: Structural Shifts and Sectoral Heterogeneity. UCL Institute for Innovation and Public Purpose (working paper), 2020.
  • [57] WANDERLEY, Livio Andrade. Produtividade da indústria alagoana no Nordeste, indutores de crescimento e competitividade setorial das mesorregiões de Alagoas: 2000-2014, 2018.
  • [58] YILDIZ, H. Emre et al. Individual and contextual determinants of innovation performance: A micro-foundations perspective. Technovation, p. 102130, 2020.
  • [59] YU, Sui-Hua. Social capital, absorptive capability, and firm innovation. Technological Forecasting and Social Change, v. 80, n. 7, p. 1261-1270, 2013.
Como citar:

Oliveira, Bruno Ferreira de; Cruz, Felipe Ponciano da; Accioly, Enzo Matheus Fernandez Barreira; Soares, Igor Masullo; "REGRESSÃO TECNOLÓGICA DO ESFORÇO INOVATIVO NO BRASIL: UMA ANÁLISE SHIFT-SHARE PARA O PERÍODO 2011-2017", p. 600-619 . In: Anais do V Encontro Nacional de Economia Industrial e Inovação (ENEI): “Inovação, Sustentabilidade e Pandemia”. São Paulo: Blucher, 2021.
ISSN 2357-7592, DOI 10.5151/v-enei-655

últimos 30 dias | último ano | desde a publicação


downloads


visualizações


indexações