Fevereiro 2019 vol. 1 num. 5 - I Simpósio Bienal SBPSP – O Mesmo, O Outro

Artigo - Open Access.

Idioma principal | Segundo idioma

Realidade Desconcertada Realidade Desconcertante

Realidade Desconcertada Realidade Desconcertante

MEYER, Luiz ;

Artigo:

O instrumento de trabalho do analista é sua mente. Para tanto ele a educa e desenvolve de forma variada sendo a analise pessoal um dos elementos fundantes para atingir tal objetivo. Como ele lida com outras mentes, cuja composição, estrutura e conteúdo são semelhantes à sua, ele precisa a um só tempo deixar-se atingir por elas e não se confundir com elas. Do mesmo modo que seu paciente o analista tem relações amorosas, pai, mãe, irmão, desafetos públicos, afetos clandestinos, que compõe seu modo de pensar e sentir e dos quais o paciente deve ser poupado; mas o conhecimento, contenção e significado desse seu modo de sentir devem ajuda-lo a entender o funcionamento psíquico de seu paciente. Todos estes truísmos referem-se a um elemento central da pratica analítica que é a manutenção da assimetria entre paciente e analista, de certo modo já graficamente presente na clássica situação em que um se encontra deitado dando as costas para o outro que o observe sem ser visto. Evidentemente esta assimetria -que também é uma hierarquia – não se refere ao valor dos participantes mas à sua função. Qualquer que seja a teoria e a pratica do analista é importante que a diferença se mantenha para que a analise prossiga, isto é, para que ela para não se torne nem um engolfamento de parte a parte e nem uma fusão identitária tendendo à beatitude. É a assimetria, isto é, o reconhecimento da transferência que permite a manutenção da postura analítica.

Artigo:

O instrumento de trabalho do analista é sua mente. Para tanto ele a educa e desenvolve de forma variada sendo a analise pessoal um dos elementos fundantes para atingir tal objetivo. Como ele lida com outras mentes, cuja composição, estrutura e conteúdo são semelhantes à sua, ele precisa a um só tempo deixar-se atingir por elas e não se confundir com elas. Do mesmo modo que seu paciente o analista tem relações amorosas, pai, mãe, irmão, desafetos públicos, afetos clandestinos, que compõe seu modo de pensar e sentir e dos quais o paciente deve ser poupado; mas o conhecimento, contenção e significado desse seu modo de sentir devem ajuda-lo a entender o funcionamento psíquico de seu paciente. Todos estes truísmos referem-se a um elemento central da pratica analítica que é a manutenção da assimetria entre paciente e analista, de certo modo já graficamente presente na clássica situação em que um se encontra deitado dando as costas para o outro que o observe sem ser visto. Evidentemente esta assimetria -que também é uma hierarquia – não se refere ao valor dos participantes mas à sua função. Qualquer que seja a teoria e a pratica do analista é importante que a diferença se mantenha para que a analise prossiga, isto é, para que ela para não se torne nem um engolfamento de parte a parte e nem uma fusão identitária tendendo à beatitude. É a assimetria, isto é, o reconhecimento da transferência que permite a manutenção da postura analítica.

Palavras-chave: -,

Palavras-chave: -,

DOI: 10.5151/isbsbpsp-19

Referências bibliográficas
  • [1] Bojórques. José Amador González (2012) Redes sociales: uma vision psicoanalitica. In Associacion Psicoanalitica de Buenos Aires. La clinica psicoanalitica como observatório de la época- Buenos Aires: APdeBa, p.101-106 (Apresentado em: Simposio Anual, 34, Buenos Aires).
  • [2] Baudrillard. Jean (1978) The ecstasy of communication.- MIT Press
  • [3] Castells. Manuel (1996a) The rise of the network society- Blackwell Publishers- Cambridge, Massachusetts, USA.
  • [4] Castells. Manuel (1996b) O poder da identidade – Paz e Terra – São Paulo - SP
  • [5] Castells. Manuel (2013) A transformação do mundo na sociedade em rede. In redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet – Zahar – Rio de Janeiro – RJ
  • [6] Curtis, Anne E (2007) The claustrum: sequestration of Cyberspace. Psychoanal Rev, V.94 , N.1, p.99-139.
  • [7] Darchis. Elisabeth (2003) Aux sources de l´intimité – Le divan familial. N. 11, pag.809-101.
  • [8] Dini, Kourash (2009) Internet interaction: the effect on patient´s lives and analytic process. J.Am. Psychoanal. Ass, V.57, N.4, p.979-98
  • [9] Lemma. Alessandra (2015) Psychoanalysis in times of technoculture: some reflections on the fate of the body in virtual space. Key paper for the IPA Congress – Boston
  • [10] Martinez Moreno. Sylvia (2012) Facebook, el escenario especular para el reestreio imediato de um montaje biográfico – In Associacion Psicoanalitica de Buenos Aires. La clinica psicoanalitica como observatório de la época – Buenos Aires: ApdeBA – p. 176-183
  • [11] Piccinini, Walmor J (2007) Adição à internet – Pulsional: Revista de Psicanalise, v.20, n. 190 – p 106-107
  • [12] Sibilia. Paula (2006) Blogs, fotologs, videologs y webcans: intimidades y confisiones en la Web. Revista de La Sociedade Argentina de Psicoanalisis – V. 9 – pag. 207.
Como citar:

MEYER, Luiz; "Realidade Desconcertada Realidade Desconcertante", p. 122-129 . In: I Simpósio Bienal SBPSP – O Mesmo, O Outro. São Paulo: Blucher, 2019.
ISSN 2359-2990, DOI 10.5151/isbsbpsp-19

últimos 30 dias | último ano | desde a publicação


downloads


visualizações


indexações