Fevereiro 2019 vol. 1 num. 5 - I Simpósio Bienal SBPSP – O Mesmo, O Outro

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Processo analítico e alteridade

Processo analítico e alteridade

CANDI, Talya S. ;

Artigo:

Segundo o psicanalista francês André Green a modernidade no âmbito da psicanálise surge pela conjunção de duas fontes. Por uma lado as contribuições decisivas dos autores pós-freudianos (particularmente M. Klein, W. Bion, J. Lacan e D. W. Winnicott) à teoria freudiana e, por outro lado, os novos horizontes da epistemologia cientifica do final do século XX particularmente os que abraçam dentro da sua teoria a complexidade e os paradoxos (E. Morin, G. Edelman, I.Matte-Blanco ). A psicanálise contemporânea se encontra assim no cruzamento destas duas velhas novidades que ao possibilitar reunir diferentes tradições pós-freudianas num conjunto coerente nos permite falar em terceira tópica . Esta nova tópica contempla tanto as teorias da relação de objeto como as que enfatizam o lado do sujeito freudiano da pulsão desfazendo assim antigas oposições entre o dentro e o fora , o intra-psíquico e o intersubjetivo possibilitando ampliar a reflexão acerca de velhos problemas . A teórica psicanalítica não pode no entanto se afastar da pesquisa clinica inerente à produção do pensamento em psicanálise, a clinica desperta inquietações e exige constantemente um processo de elaboração dos afetos. Para Green, não existe apenas uma teoria psicanalítica da clínica , mas um pensamento clínico. Este último decorre de um modo específico e original da elaboração teórica produzida pelo contato vivo com a experiência analítica. Esta racionalidade particular, surge a partir da per-laboração da atividade fantasmática do analista relativa à transformação dos movimentos afetivos que se manifestam ao longo da sua escuta. Ao se configurar no movimento de uma escrita, o pensamento clínico é caracterizado por sua capacidade de convocar no participante uma linha associativa de representações e de evocar uma experiência afetiva relativa .

Artigo:

Segundo o psicanalista francês André Green a modernidade no âmbito da psicanálise surge pela conjunção de duas fontes. Por uma lado as contribuições decisivas dos autores pós-freudianos (particularmente M. Klein, W. Bion, J. Lacan e D. W. Winnicott) à teoria freudiana e, por outro lado, os novos horizontes da epistemologia cientifica do final do século XX particularmente os que abraçam dentro da sua teoria a complexidade e os paradoxos (E. Morin, G. Edelman, I.Matte-Blanco ). A psicanálise contemporânea se encontra assim no cruzamento destas duas velhas novidades que ao possibilitar reunir diferentes tradições pós-freudianas num conjunto coerente nos permite falar em terceira tópica . Esta nova tópica contempla tanto as teorias da relação de objeto como as que enfatizam o lado do sujeito freudiano da pulsão desfazendo assim antigas oposições entre o dentro e o fora , o intra-psíquico e o intersubjetivo possibilitando ampliar a reflexão acerca de velhos problemas . A teórica psicanalítica não pode no entanto se afastar da pesquisa clinica inerente à produção do pensamento em psicanálise, a clinica desperta inquietações e exige constantemente um processo de elaboração dos afetos. Para Green, não existe apenas uma teoria psicanalítica da clínica , mas um pensamento clínico. Este último decorre de um modo específico e original da elaboração teórica produzida pelo contato vivo com a experiência analítica. Esta racionalidade particular, surge a partir da per-laboração da atividade fantasmática do analista relativa à transformação dos movimentos afetivos que se manifestam ao longo da sua escuta. Ao se configurar no movimento de uma escrita, o pensamento clínico é caracterizado por sua capacidade de convocar no participante uma linha associativa de representações e de evocar uma experiência afetiva relativa .

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DOI: 10.5151/isbsbpsp-33

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Como citar:

CANDI, Talya S.; "Processo analítico e alteridade", p. 237-249 . In: I Simpósio Bienal SBPSP – O Mesmo, O Outro. São Paulo: Blucher, 2019.
ISSN 2359-2990, DOI 10.5151/isbsbpsp-33

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