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Justificativa

A percepção sensorial pode influenciar no processo de alimentação, de forma que a integração sensorial atua em momentos antes, durante e depois da refeição, aumentando ou reduzindo o apetite, por exemplo. 

Objetivo(s)

Descrever e caracterizar o perfil sensorial de crianças com dificuldades alimentares (DA).

Método(s)

Trata-se de um estudo retrospectivo observacional com dados de crianças e adolescentes com DA com dois anos ou mais, baseado em utilização de dados de prontuários e com amostragem montada por conveniência. Utilizou-se o Perfil Sensorial Abreviado (PSA) é um instrumento padronizado de avaliação das habilidades de processamento sensorial identificando o desempenho típico e atípico, baseando-se na interpretação do cuidador. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética, sob registro CAAE 28256920.1.0000.5567. 

Resultado(s)

A maioria da amostra possuía menos de 5 anos (72,3%), era do sexo masculino (67,0%) e apresentava seletividade alimentar (76,3%). Verificou-se as seguintes proporções de diferença clara no PSA: 31,8% para sensibilidade a gosto e olfato; 12,1% para baixa responsividade/procura sensação; 8,6% para filtro auditivo; 6,9% para sensibilidade visual/auditiva; 5,7% para baixa energia/fraco; 5,2% para sensibilidade tátil; 3,5% para sensibilidade a movimento. Em relação à pontuação total, 12,2% apresentou diferença clara e 9,8%, diferença provável. Cerca de 22% da amostra apresentou diferença clara em mais de um bloco do PSA. 

Conclusão(ões)

As diferenças claras mais frequentes em crianças com DA foram sensibilidade a gosto e olfato e baixa responsividade/procura sensação. Alterações no processamento de estímulos sensoriais podem favorecer problemas de alimentação ou exacerbar questões pré-existentes.