Resumo:

Esse trabalho terá como foco os mobiliários urbanos a partir das intervenções recentes nas praças de São Luís, sob a perspectiva da Ergonomia do Ambiente Construído. A importância dos espaços públicos nas cidades pode ser observada desde as antigas civilizações, quando as pessoas sempre buscaram a promoção de espaços livres onde o povo pudesse se reunir, se expressar e exercer a cidadania. Nesse trabalho, o recorte será focado na tipologia das praças. Fleck (2019) afirma que o conceito das praças ao longo da história sempre esteve relacionado aos encontros, trocas e de a possibilidade do convívio com a natureza na cidade. Com o passar dos anos, o prestígio dos espaços públicos foi sendo substituídos pelo status, conforto e a segurança que os espaços privados oferecem. Serpa (2018) cita sobre como a privatização dos espaços livres de uso coletivo tem sido um problema que atinge as cidades como um todo. Ao adentrar o contexto da cidade de São Luís, observa-se que as praças foram espaços relevantes desde a configuração inicial da cidade, caracterizando-se como espaço de encontro e sociabilidade. Contudo, à medida que a cidade evoluía, elas sofreram intervenções e se enquadraram em novas funções (espaço de lazer, área verde, espaço de circulação). Em agosto de 2019, foi lançado pela prefeitura de São Luís o macroprograma “São Luís em Obras”, que contemplou diversos serviços nas áreas de infraestrutura, saúde, educação, mobilidade urbana, entre outras. Nesse cenário, muitas praças ludovicenses sofreram intervenções, recebendo serviços de paisagismo, calçamento, instalação de mobiliários urbanos e playgrounds. Dentro das intervenções citadas anteriormente, os mobiliários urbanos receberão destaque nesse trabalho. De acordo com Perrone e Pizzato (2020), os mobiliários urbanos são produtos de uso coletivo, que tem como contexto de uso o espaço público urbano. Assim sendo, eles caracterizam-se como componentes essenciais para garantir a conexão das pessoas com a cidade. Dessa forma, essa pesquisa visa analisar os mobiliários urbanos das praças ludovicenses que sofreram intervenções nos últimos anos, e como eles tem influenciado na interação das pessoas e na apropriação com o local. Esse olhar focado no espaço será baseado na linha da Ergonomia do Ambiente Construído, uma ramificação da Ergonomia que visa analisar a relação do ser humano com o ambiente. O trabalho em questão caracteriza-se por ser uma pesquisa de natureza aplicada com abordagem qualitativa, de caráter descritivo-exploratório. Como procedimento metodológico, na primeira etapa será realizada a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. A fase da pesquisa de campo será realizada principalmente a partir da observação, utilizando como ferramentas: cadernos de anotações, diário de campo, mapas de fluxo, e fotografias. Entrevistas também serão realizadas, sendo divididas em estruturadas, com profissionais responsáveis pelos projetos das praças selecionadas e entrevistas não-estruturadas, com a comunidade que frequenta os espaços. Como resultado, esse estudo visa contribuir com a formulação de orientações para os gestores públicos encarregados da manutenção dos espaços públicos existentes e do planejamento de espaços futuros que acolham as pessoas, gerando interação e apropriação do local. Além disso, pretende colaborar com técnicas de estudo na ergonomia do ambiente construído aplicada em espaços públicos.