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O Cuidado Obstétrico na Percepção de Mulheres que Vivenciaram a Morbidade Materna Grave (Near Miss)
O Cuidado Obstétrico na Percepção de Mulheres que Vivenciaram a Morbidade Materna Grave (Near Miss)
Aguiar, Cláudia de Azevedo; Tanaka, Ana Cristina D Andretta
Resumo:
INTRODUÇÃO a morbidade materna grave(near miss) é um evento evitável. Estudá-la e buscar a compreensão das necessidades de saúde das mulheres que têm esta experiência são importantes recursos na identificação das intervenções passíveis de prevenção e na transformação de práticas em saúde. OBJETIVO Compreender os significados do cuidado obstétrico recebido, por mulheres que vivenciaram o near miss materno. MÉTODOS Estudo qualitativo, que contou com o relato de 7 mulheres que vivenciaram o near miss, segundo critérios da OMS. As entrevistas ocorreram em dez/2013, após seleção feita pela Internet. RESULTADOS PARCIAIS Os resultados têm apontado o reconhecimento de fragilidades no cuidado recebido: “O anestesista chegou e disse: ‘eu não quero ninguém mais aqui’, tirou meu marido[...] e falou que ia me preparar para a anestesia[...] Só que de repente ele aplicou a agulha, sem avisar, e eu pulei de susto, eu não tava preparada. e ele disse: ‘Não faz isso, senão você não vai tomar a anestesia!’, e aquilo pra mim...[grande suspiro]. Depois eu perguntei: ‘Cadê meu marido?’ e ele[o anestesista] disse: ‘Aqui quem manda é a equipe!.” (Andréa, 38 anos, hemorragia- UTI por 5 dias, Laparotomia pós-cesárea e hemotransfusão). “[No trabalho de parto] minha pressão continuava alta, mas eu estava dilatando, estava tudo indo bem. com 10 cm, eu comecei a fazer força, porque era involuntário; eu tava na partolândia, como se diz[...] e a obstetriz falou: ‘não faz força,porque a médica ainda não chegou’, e aí, putz, que droga [lágrimas]. Pra mim,isso mudou tudo[...] Acho que esse momento pode ter influenciado o que houve comigo depois.” (Daniela, 32 anos, eclâmpsia - UTI por 24h). “Passei muito mal a gravidez toda e ele [o médico] sempre dizendo que era normal[...] Foram sete infecções urinárias até a 31ª semana[...] Até que tive uma febre de 42°[...] Era pielonefrite e uma infecção grave no meu sangue. Foi só aí que fizeram outros exames, o ultrassom, que mostrou um rim único, doente[...]Fiquei 18 dias internada, perdi peso e fiquei longe do meu outro filho [lágrimas].” (Nicole,26 anos) “Com 7cm de dilatação, a médica disse que ia me ajudar, dilatando o resto com a mão[...]Depois disso, eu comecei a sangrar muito[...]Sentia um rio de sangue saindo de dentro me mim. Enquanto me costuravam, me deram uma aula de placenta,dizendo que a minha estava inteira[...] no quarto, eu desmaiei e não voltei mais[...]Fui para a cirurgia[...]e UTI; fiquei longe da minha bebê. Soube depois que era resto de placenta[...] Contratei uma equipe toda e nenhum deles foi me ver no pós-parto.” (Patrícia,31 anos) CONCLUSÕES a compreensão das mulheres acerca da experiência de near miss ultrapassa a dimensão biológica (quando se busca razões técnicas para o ocorrido). o cuidado profissional (ou a ausência dele) tem grande relevância nos discursos, tornando-se relacional com o desfecho negativo vivenciado.
INTRODUÇÃO a morbidade materna grave(near miss) é um evento evitável. Estudá-la e buscar a compreensão das necessidades de saúde das mulheres que têm esta experiência são importantes recursos na identificação das intervenções passíveis de prevenção e na transformação de práticas em saúde. OBJETIVO Compreender os significados do cuidado obstétrico recebido, por mulheres que vivenciaram o near miss materno. MÉTODOS Estudo qualitativo, que contou com o relato de 7 mulheres que vivenciaram o near miss, segundo critérios da OMS. As entrevistas ocorreram em dez/2013, após seleção feita pela Internet. RESULTADOS PARCIAIS Os resultados têm apontado o reconhecimento de fragilidades no cuidado recebido: “O anestesista chegou e disse: ‘eu não quero ninguém mais aqui’, tirou meu marido[...] e falou que ia me preparar para a anestesia[...] Só que de repente ele aplicou a agulha, sem avisar, e eu pulei de susto, eu não tava preparada. e ele disse: ‘Não faz isso, senão você não vai tomar a anestesia!’, e aquilo pra mim...[grande suspiro]. Depois eu perguntei: ‘Cadê meu marido?’ e ele[o anestesista] disse: ‘Aqui quem manda é a equipe!.” (Andréa, 38 anos, hemorragia- UTI por 5 dias, Laparotomia pós-cesárea e hemotransfusão). “[No trabalho de parto] minha pressão continuava alta, mas eu estava dilatando, estava tudo indo bem. com 10 cm, eu comecei a fazer força, porque era involuntário; eu tava na partolândia, como se diz[...] e a obstetriz falou: ‘não faz força,porque a médica ainda não chegou’, e aí, putz, que droga [lágrimas]. Pra mim,isso mudou tudo[...] Acho que esse momento pode ter influenciado o que houve comigo depois.” (Daniela, 32 anos, eclâmpsia - UTI por 24h). “Passei muito mal a gravidez toda e ele [o médico] sempre dizendo que era normal[...] Foram sete infecções urinárias até a 31ª semana[...] Até que tive uma febre de 42°[...] Era pielonefrite e uma infecção grave no meu sangue. Foi só aí que fizeram outros exames, o ultrassom, que mostrou um rim único, doente[...]Fiquei 18 dias internada, perdi peso e fiquei longe do meu outro filho [lágrimas].” (Nicole,26 anos) “Com 7cm de dilatação, a médica disse que ia me ajudar, dilatando o resto com a mão[...]Depois disso, eu comecei a sangrar muito[...]Sentia um rio de sangue saindo de dentro me mim. Enquanto me costuravam, me deram uma aula de placenta,dizendo que a minha estava inteira[...] no quarto, eu desmaiei e não voltei mais[...]Fui para a cirurgia[...]e UTI; fiquei longe da minha bebê. Soube depois que era resto de placenta[...] Contratei uma equipe toda e nenhum deles foi me ver no pós-parto.” (Patrícia,31 anos) CONCLUSÕES a compreensão das mulheres acerca da experiência de near miss ultrapassa a dimensão biológica (quando se busca razões técnicas para o ocorrido). o cuidado profissional (ou a ausência dele) tem grande relevância nos discursos, tornando-se relacional com o desfecho negativo vivenciado.
Palavras-chave:
DOI: 10.5151/medpro-cihhs-10257
Como citar:
Aguiar, Cláudia de Azevedo; Tanaka, Ana Cristina D Andretta; "O Cuidado Obstétrico na Percepção de Mulheres que Vivenciaram a Morbidade Materna Grave (Near Miss)", p-36-36.
In: Anais do Congresso Internacional de Humanidades & Humanização em Saúde [= Blucher Medical Proceedings, vol.1, num.2].
São Paulo: Blucher,
2014.
ISSN 23577282,
DOI 10.5151/medpro-cihhs-10257
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TY - CONF T1 - O Cuidado Obstétrico na Percepção de Mulheres que Vivenciaram a Morbidade Materna Grave (Near Miss) JO - Blucher Medical Proceedings VL - 1 IS - 2 SP - 36 EP - 36 PY - 2014 T2 - Congresso Internacional de Humanidades & Humanização em Saúde AU - , SN - 23577282 DO - http://dx.doi.org/10.5151/medpro-cihhs-10257 UR - www.proceedings.blucher.com.br/article-details/o-cuidado-obsttrico-na-percepo-de-mulheres-que-vivenciaram-a-morbidade-materna-grave-near-miss-9457 KW - ER -
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Cláudia de Azevedo Aguiar, Ana Cristina D Andretta Tanaka, O Cuidado Obstétrico na Percepção de Mulheres que Vivenciaram a Morbidade Materna Grave (Near Miss), Blucher Medical Proceedings, Volume 1, 2014, Pages 36-36, ISSN 23577282, http://dx.doi.org/10.5151/medpro-cihhs-10257 (www.proceedings.blucher.com.br/article-details/o-cuidado-obsttrico-na-percepo-de-mulheres-que-vivenciaram-a-morbidade-materna-grave-near-miss-9457) Palavras-chave:: ;