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MORTALIDADE MATERNA RELACIONADA AO COVID19

MATERNAL MORTALITY RELATED TO COVID19

Urquiza, ACM ; Pessoa, MGP ; Alcoforado, LV ; Giannetto, B ; Mattos, SR ; Gastaldo, LPC ; Pereira, MM ;

Artigo completo:

Foi realizada uma revisão bibliográfica consultando a base de dados PubMed com os
descritores: “COVID-19 pregnancy” AND “mortality”. Foram encontrados 58 artigos, dos quais 8
foram utilizados. Os critérios de exclusão foram incompatibilidade com o tema e artigos de revisão.
Devido a escassez de estudos, foram incluídos relatos de caso. O objetivo foi relacionar a
COVID-19 às repercussões no período de gestação, sendo o óbito materno o principal desfecho
avaliado. O impacto da COVID-19 na mortalidade materna não está definido. Quanto aos casos que
não corroboram com a mortalidade encontrou-se 4 estudos. Desses, uma coorte de 64 grávidas
hospitalizadas com COVID-19, 69% tinham quadro grave e 31% crítico. A taxa de Síndrome da
Doença Respiratória Aguda (SDRA) foi de 70% e reintubação foi preciso em 20%, mas não houve
mortes. Uma série de casos de Nova Iorque avaliou 92 gestantes com quadro suspeito ou
confirmado de COVID-19. Destas, uma precisou de internação e outra, de oxigênio em domicílio,
mas não houveram mortes e nenhuma precisou de ventilação mecânica, diferente de outros 3 casos,
em que as mães evoluíram bem apesar da necessidade de ventilação. Um relato de uma gestante
(IG=31 semanas), que desenvolveu SDRA grave dentro de 10 horas após a admissão hospitalar,
destacou a rapidez para o surgimento de complicações da COVID-19. Quanto aos casos que
corroboram com a mortalidade devido a infecção por COVID-19, encontrou-se 3 estudos. Em uma
coorte prospectiva de 23 grávidas com RT-PCR positivo, a evolução para SDRA, com internação
em UTI, ocorreu em 17,4% das pacientes, uma das quais faleceu. Em uma série de casos com 9
gestantes na segunda metade de gestação, 77,8% faleceram. O último relato analisado foi o de uma
paciente (IG=37 semanas) que foi admitida estável e, após 1 hora, apresentou piora súbita do
quadro pulmonar (FR=45 ipm, SatO 2 =77%), tendo sido realizada intubação e cesariana de
emergência. A paciente foi admitida na UTI, onde apresentou D-dímero 28 vezes acima do normal
e faleceu 36 horas após a internação. A mortalidade materna decorrente da infecção por COVID-19
não é zero, mesmo nas pacientes sem fatores de risco adicionais. Os estudos mostraram que as
gestantes podem desenvolver pneumonia, experimentar morbidade respiratória e/ ou
cardiopulmonar grave e ir a óbito. Os dados ainda são reduzidos e são necessários mais estudos com
melhores metodologias.

Artigo completo:

Foi realizada uma revisão bibliográfica consultando a base de dados PubMed com os
descritores: “COVID-19 pregnancy” AND “mortality”. Foram encontrados 58 artigos, dos quais 8
foram utilizados. Os critérios de exclusão foram incompatibilidade com o tema e artigos de revisão.
Devido a escassez de estudos, foram incluídos relatos de caso. O objetivo foi relacionar a
COVID-19 às repercussões no período de gestação, sendo o óbito materno o principal desfecho
avaliado. O impacto da COVID-19 na mortalidade materna não está definido. Quanto aos casos que
não corroboram com a mortalidade encontrou-se 4 estudos. Desses, uma coorte de 64 grávidas
hospitalizadas com COVID-19, 69% tinham quadro grave e 31% crítico. A taxa de Síndrome da
Doença Respiratória Aguda (SDRA) foi de 70% e reintubação foi preciso em 20%, mas não houve
mortes. Uma série de casos de Nova Iorque avaliou 92 gestantes com quadro suspeito ou
confirmado de COVID-19. Destas, uma precisou de internação e outra, de oxigênio em domicílio,
mas não houveram mortes e nenhuma precisou de ventilação mecânica, diferente de outros 3 casos,
em que as mães evoluíram bem apesar da necessidade de ventilação. Um relato de uma gestante
(IG=31 semanas), que desenvolveu SDRA grave dentro de 10 horas após a admissão hospitalar,
destacou a rapidez para o surgimento de complicações da COVID-19. Quanto aos casos que
corroboram com a mortalidade devido a infecção por COVID-19, encontrou-se 3 estudos. Em uma
coorte prospectiva de 23 grávidas com RT-PCR positivo, a evolução para SDRA, com internação
em UTI, ocorreu em 17,4% das pacientes, uma das quais faleceu. Em uma série de casos com 9
gestantes na segunda metade de gestação, 77,8% faleceram. O último relato analisado foi o de uma
paciente (IG=37 semanas) que foi admitida estável e, após 1 hora, apresentou piora súbita do
quadro pulmonar (FR=45 ipm, SatO 2 =77%), tendo sido realizada intubação e cesariana de
emergência. A paciente foi admitida na UTI, onde apresentou D-dímero 28 vezes acima do normal
e faleceu 36 horas após a internação. A mortalidade materna decorrente da infecção por COVID-19
não é zero, mesmo nas pacientes sem fatores de risco adicionais. Os estudos mostraram que as
gestantes podem desenvolver pneumonia, experimentar morbidade respiratória e/ ou
cardiopulmonar grave e ir a óbito. Os dados ainda são reduzidos e são necessários mais estudos com
melhores metodologias.

Palavras-chave: COVID-19 pregnancy AND mortality,

Palavras-chave: COVID-19 pregnancy AND mortality,

DOI: 10.5151/comusc2020-08

Referências bibliográficas
Como citar:

Urquiza, ACM; Pessoa, MGP; Alcoforado, LV; Giannetto, B; Mattos, SR; Gastaldo, LPC; Pereira, MM; "MORTALIDADE MATERNA RELACIONADA AO COVID19", p. 121-136 . In: Anais do VIII Congresso Médico Universitário São Camilo. São Paulo: Blucher, 2020.
ISSN 2357-7282, DOI 10.5151/comusc2020-08

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