Blucher Social Sciences Proceedings
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Estímulo para Isildinha Baptista Nogueira
Estímulo para Isildinha Nogueira de Baptista
Estímulo:
Uma das pioneiras da SBPSP, a psicanalista Virginia Bicudo, filha de pai negro e mãe branca, viveu na família e na própria pele as questões do racismo. Em um meio predominantemente de homens brancos, ela desenvolveu em 1945 sua tese em Ciência Sociais Estudo de Atitudes Raciais de pretos e mulatos em São Paulo, onde contrariava a visão de seu orientador Donald Pierson, de que no Brasil a ascensão social anulava as marcas raciais. Em seu estudo, Virginia demonstrou que mesmo quando diminuem as diferenças sociais, o preconceito de cor permanece. Em 1950, a convite da UNESCO, Virginia desenvolve um trabalho cujos objetivos eram “evidenciar os sentimentos e os mecanismos psíquicos de defesa manifestos nas atitudes relacionadas a cor” entre alunos de escolas públicas em São Paulo. Ela observa que o preconceito não aparece nas entrevistas e conclui, mostrando já o seu pensamento de psicanalista, que “os sentimentos hostis relacionados com a cor podem ter sido censurados, e portanto camuflados” (Bicudo, 1955, apud Maio, 2010). Neste estudo ela demonstra a dificuldade dos grupos “de cor” elevarem seu status educacional e profissional, sendo sua única opção o “branqueamento” de cor e de personalidade para ser aceito.Ainda que Virginia seja lembrada por introduzir em seu pensamento psicanalítico a vertente social e demonstrar que os efeitos daninhos do racismo são transgeracionais, muitos a acusam de ter “branqueado”. Recentemente Fabiana Cozza sofreu um confronto ao ser convidada para interpretar o papel de D. Ivone Lara, por questões de colorismo. E no dia 29 de Maio a rede Starbucks nos EUA fechou todas as suas lojas para um treinamento antirracismo, depois de uma atitude de discriminação contra dois homens negros em uma filial na Filadélfia.O recém publicado Dicionário da Escravidão e da Liberdade utiliza a palavra “escravizado”, para se referir àqueles que se costumava chamar de escravo, uma mudança que evidencia o aspecto violento e compulsório da vinda de negros ao Brasil, para significar o fenômeno da escravidão. Fato que sofre um processo de negação, como o preconceito.Fatos e relatos que evidenciam que a violência e a discriminação racial permanecem ativas nas entranhas da sociedade. Como a Psicanálise pode contribuir para trazer à luz novos entendimentos e transformações nas questões de preconceito?
Uma das pioneiras da SBPSP, a psicanalista Virginia Bicudo, filha de pai negro e mãe branca, viveu na família e na própria pele as questões do racismo. Em um meio predominantemente de homens brancos, ela desenvolveu em 1945 sua tese em Ciência Sociais Estudo de Atitudes Raciais de pretos e mulatos em São Paulo, onde contrariava a visão de seu orientador Donald Pierson, de que no Brasil a ascensão social anulava as marcas raciais. Em seu estudo, Virginia demonstrou que mesmo quando diminuem as diferenças sociais, o preconceito de cor permanece. Em 1950, a convite da UNESCO, Virginia desenvolve um trabalho cujos objetivos eram “evidenciar os sentimentos e os mecanismos psíquicos de defesa manifestos nas atitudes relacionadas a cor” entre alunos de escolas públicas em São Paulo. Ela observa que o preconceito não aparece nas entrevistas e conclui, mostrando já o seu pensamento de psicanalista, que “os sentimentos hostis relacionados com a cor podem ter sido censurados, e portanto camuflados” (Bicudo, 1955, apud Maio, 2010). Neste estudo ela demonstra a dificuldade dos grupos “de cor” elevarem seu status educacional e profissional, sendo sua única opção o “branqueamento” de cor e de personalidade para ser aceito.Ainda que Virginia seja lembrada por introduzir em seu pensamento psicanalítico a vertente social e demonstrar que os efeitos daninhos do racismo são transgeracionais, muitos a acusam de ter “branqueado”. Recentemente Fabiana Cozza sofreu um confronto ao ser convidada para interpretar o papel de D. Ivone Lara, por questões de colorismo. E no dia 29 de Maio a rede Starbucks nos EUA fechou todas as suas lojas para um treinamento antirracismo, depois de uma atitude de discriminação contra dois homens negros em uma filial na Filadélfia.O recém publicado Dicionário da Escravidão e da Liberdade utiliza a palavra “escravizado”, para se referir àqueles que se costumava chamar de escravo, uma mudança que evidencia o aspecto violento e compulsório da vinda de negros ao Brasil, para significar o fenômeno da escravidão. Fato que sofre um processo de negação, como o preconceito.Fatos e relatos que evidenciam que a violência e a discriminação racial permanecem ativas nas entranhas da sociedade. Como a Psicanálise pode contribuir para trazer à luz novos entendimentos e transformações nas questões de preconceito?
Palavras-chave:
DOI: 10.5151/isbsbpsp-51
Referências bibliográficas
- [1] -
Como citar:
Comissão Organizadora, ; "Estímulo para Isildinha Baptista Nogueira", p-361-361.
In: I Simpósio Bienal SBPSP – O Mesmo, O Outro.
São Paulo: Blucher,
2019.
ISSN 23592990,
DOI 10.5151/isbsbpsp-51
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TY - CONF T1 - Estímulo para Isildinha Baptista Nogueira JO - Blucher Social Sciences Proceedings VL - 1 IS - 5 SP - 361 EP - 361 PY - 2019 T2 - I Simpósio Bienal SBPSP – O Mesmo, O Outro AU - SN - 23592990 DO - http://dx.doi.org/10.5151/isbsbpsp-51 UR - www.proceedings.blucher.com.br/article-details/estmulo-para-isildinha-nogueira-de-baptista-30456 KW - ER -
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48896, Estímulo para Isildinha Baptista Nogueira, Blucher Social Sciences Proceedings, Volume 1, 2019, Pages 361-361, ISSN 23592990, http://dx.doi.org/10.5151/isbsbpsp-51 (www.proceedings.blucher.com.br/article-details/estmulo-para-isildinha-nogueira-de-baptista-30456) Palavras-chave:: ;