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Emilie Chamie: achados recentes sobre a sua trajetória profissional

Emilie Chamie - recent findings about her career path

FARIA, Rita Sepulveda de ; BRAGA, Marcos da Costa ;

Artigo:

Emilie Chamie fez parte da geração de designers considerada pioneira dos anos 1950, que inaugurou a atividade profissional. Nascida no Líbano em 1927 estudou no IAC do MASP entre 1951 e 1953, o curso é considerado como a primeira experiência de ensino de design no Brasil (LEON, 2014). Ela teve uma atuação profissional bastante diversificada. Atuou em direção de espetáculos de dança, fotografia, escreveu contos; como designer fez projetos para cultura, comércio e indústria, alguns dos mais reconhecidos são a marca do CCSP e a do Teatro Brasileiro de Comédia TBC. Seus projetos participaram de inúmeras exposições nacionais e internacionais e receberam uma série de prêmios. Emilie foi casada com Mario Chamie, que teve importante participação política em São Paulo e cuja trajetória profissional esteve em muitas ocasiões interligada com a da esposa. O acervo do casal se encontra no IEB-Usp. A pandemia do Covid-19 interrompeu a pesquisa no acervo e a prioridade passou a ser entrevistas feitas de forma remota com amigos, assistentes e clientes. A partir da metodologia feminista buscou se aprofundar na trajetória da Emilie não em busca de um gênio desconhecido, sem tentar encaixar a trajetória dela em definições de categorias pré-estabelecidas, e sim olhar para o que ela de fato realizou. Questão principal: qual o lugar de Emilie Chamie na história do design gráfico brasileiro? Ela foi uma multiartista, foi muito mais do que uma designer gráfica, ela foi poeta visual, artista gráfica, artista visual, fotógrafa, designer etnográfica, diretora de espetáculos de dança, designer audiovisual, ela pensava o ritmo dos elementos visuais que ela compunha ora no espaço e tempo e ora no papel. Conhecer a sua trajetória ao longo de quase cinco décadas é uma nova forma de olharmos para esse período. Ela atravessou a profissionalização e institucionalização do campo do design, começou a atuar na área quando o termo “design” quase não era utilizado. Passou por mudanças de técnicas de trabalho e de linguagens visuais.

Artigo:

Emilie Chamie was part of the generation of designers considered to be pioneers in the 1950s, which inaugurated the professional activity. Born in Lebanon in 1927, she studied at the IAC of MASP between 1951 and 1953, the course is considered the first experience in teaching design in Brazil (LEON, 2014). She had a very diversified career path. She acted in the direction of dance shows, photography, wrote short stories; as a designer she has done projects for culture, commerce and industry, some of the most recognized are the CCSP brand and the TBC Brazilian Comedy Theater. Her projects have participated in numerous national and international exhibitions and received a series of awards. Emilie was married to Mario Chamie, who had an important political participation in São Paulo and whose professional trajectory was, on many occasions, intertwined with that of his wife. The couple's archive is at the IEB-Usp. The Covid-19 pandemic interrupted research in the archive and the priority shifted to remote interviews with friends, assistants and clients. From the feminist methodology, we sought to understand Emilie's trajectory not in search of an unknown genius, without trying to fit her trajectory into pre-established categorys, but looking at what she actually accomplished. The main question: what is the place of Emilie Chamie in the history of Brazilian graphic design? She was a multi-artist, she was much more than a graphic designer, she was a visual poet, graphic artist, visual artist, photographer, ethnographic designer, director of dance shows, audiovisual designer, she thought about the rhythm of the visual elements she composed in space and time and sometimes on paper. Her trajectory of almost five decades is a new way of looking at this period. She went through the professionalization and institutionalization of the design field, began to work in the area when the term “design” was hardly used. She went through changes in working techniques and visual languages.

Palavras-chave: Designer, Feminismo, História, Pioneira.,

Palavras-chave: Designer, Feminism, History, Pioneer.,

DOI: 10.5151/5spdesign-52

Referências bibliográficas
  • [1] BUCKLEY, Cheryl. Made in Patriarchy: Toward a Feminist Analysis of Women and Design. Design Issues 3, no. 2 (Fall 1986): 3-14. http://www.padjournal.net/made-in-patriarchy (acesso em 15 dezembro, 2019).
  • [2] LEON, Ethel. IAC - Primeira Escola de Design do Brasil. São Paulo: Editora Blucher, 2014.
  • [3] LEON, Ethel. Emilie Chamie – Rigor e paixão nas artes gráficas brasileiras. Revista Belas Artes, ano 5, n. 6, p. 34-37, julho 1999.
  • [4] SAFAR, Giselle Hissa; ALMEIDA, Marcelina das Graças de. Protagonismo feminino no design – um resgate histórico em andamento. Cadernos de Estudo Avançado em Design. Editora da Universidade do Estado de Minas Gerais. 201 p. 79-96.
Como citar:

FARIA, Rita Sepulveda de; BRAGA, Marcos da Costa; "Emilie Chamie: achados recentes sobre a sua trajetória profissional", p. 101-102 . In: Anais do 5º SPDesign - Seminário de Pesquisa do PPG Design FAU USP. São Paulo: Blucher, 2023.
ISSN 2318-6968, DOI 10.5151/5spdesign-52

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