Artigo Completo - Open Access.

Idioma principal

ELEMENTOS PARA UMA POLÍTICA DE APOIO AO SISTEMA REGIONAL DE INOVAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: UMA ANÁLISE COM BASE NA ABORDAGEM DA GEOGRAFIA ECONÔMICA EVOLUCIONÁRIA

SANTOS, Guilherme de Oliveira ; ROVERE, Renata Lèbre La ;

Artigo Completo:

O Estado do Rio de Janeiro (ERJ) abriga um expressivo conjunto de organizações e instituições voltadas à geração de conhecimento científico e tecnológico, bem como ainda conserva uma base industrial relativamente complexa. Entretanto, o Estado apresenta deficiências em converter os seus recursos humanos e financeiros em uma performance inovativa compatível. A abordagem da Geografia Econômica Evolucionária (GEE) aponta que os sistemas regionais de inovação estão sujeitos a diferentes falhas sistêmicas que justificam a elaboração de políticas de apoio à inovação. Neste sentido, este artigo, com base no referencial teórico proposto pela GEE, tem como objetivo principal discutir as falhas do sistema de inovação fluminense, bem como identificar quais elementos são mais relevantes para uma política de apoio ao sistema regional de inovação. Para tanto, com base no referencial foram definidas as falhas sistêmicas a serem discutidas no artigo. Em seguida, selecionamos os dados capazes de dar suporte à análise de cada uma das falhas selecionadas. Além disso, utilizamos trechos de entrevistas realizadas pelos autores em 2015 com gerentes das principais instituições de apoio à inovação e ao empreendedorismo localizadas no ERJ para corroborar os achados da discussão. Em síntese, o artigo concluiu que o sistema de inovação fluminense possui falhas sistêmicas ligadas à limitação na atividade de P&D; aos efeitos de lock-in; às falhas de aprendizado e as na capacidade de absorção das firmas; às falhas nas complementaridades dinâmicas; e aos trade-offs entre criação e difusão de inovações. Neste sentido, propõe-se uma política de apoio ao sistema estadual de inovação centrada na diversificação da atividade inovadora e na melhora da capacidade inovativa das empresas; na articulação das diversas instituições de fomento; na promoção do empreendedorismo dentro das empresas; e no fomento à inovação nas instituições científico-tecnológicas do Estado.

Artigo Completo:

The State of Rio de Janeiro has a large set of scientific and technologic institutions, as well as still preserve a relatively complex industrial basis. However, the State has shortcomings in converting human and financial resources to a consistent innovative performance. The Evolutionary Economic Geography (EEG) approach indicates that regional innovation systems are subject to different systemic failures which justify the elaboration of innovation policies. This way, this article, based on the theoretical background proposed by EEG, aims at analysing the systemic failures of the State of Rio de Janeiro innovation system and identifying the main elements which are necessary for a policy to support the regional innovation system. For this purpose, based on the theoretical backgroud, we defined the system failures to be discussed. Aftewards, we selected the adequate data to support the analysis of each chosen failure. Moreover, we used part of the interviews we carried out in 2015 with managers of the main support institutions for innovation and entrepreneurship placed in the State of Rio de Janeiro to endorse the findings. In short, the paper concluded that the State of Rio de Janeiro innovation system has systemic failures related to the limitation in R&D activities; lock-in effects; failures concerning learning and the firms’ absortive capacity; failures concerning dynamics complementarities; and trade-offs between creation and diffusion of innovation. That way, we suggest a policy to support the regional innovation system centered on the diversification of innovation activity and the improvement of firms’ innovative capacity; the articulation among different funding agencies; the promotion of entrepreneurship within companies; and the encouragement of innovation in the State’s scientific and technologic institutions.

Palavras-chave: Estado do Rio de Janeiro, Sistema Regional de Inovação, Geografia Econômica Evolucionária,

Palavras-chave: State of Rio de Janeiro, Regional Innovation System, Evolutionary Economic Geography,

DOI: 10.5151/enei2017-23

Referências bibliográficas
  • [1] AGÊNCIA NACIONAL DO PETÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS. Boletim ANP: Petróleo e P&D. Edição nº 40, janeiro, 2017.
  • [2] BOSCHMA, R. Evolutionary economic geography and its implications for regional innovation policy. Papers in Evolutionary Economic Geography (PEEG) 9: 1–33, 2009.
  • [3] BOSCHMA R. A.; FRENKEN, K. Some notes on institutions in evolutionary economic geography. Economic Geography 85: 151–158, 2009.
  • [4] BRITTO, J; MARCELLINO, I. S. Especialização produtiva e dinamismo inovativo da indústria fluminense: desafios e potencialidades para o desenvolvimento regional. Relatório de Pesquisa. Rio de Janeiro: UFF/ UFRJ, 201
  • [5] BRITTO, J; CASSIOLATO, J.E; MARCELLINO, I. S. Especialização produtiva e dinamismo inovativo da indústria fluminense: desafios e potencialidades para o desenvolvimento regional. In: Osorio, M.; Melo, L.M.; Versiani, M.H; Werneck, M.L. (orgs). Uma agenda para o Rio de Janeiro: Estratégias e Políticas Públicas para o Desenvolvimento Socioeconômico. Rio de Janeiro: FGV: 201
  • [6] CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H. M. M. Sistemas de Inovação e Desenvolvimento: as implicações de política. São Paulo em Perspectiva v. 19, n. 1, p. 34-45, 2005.
  • [7] COENEN, L.; ASHEIM, B.; BUGGE, M.; HERSTAD, S. Advancing regional innovation systems: What does evolutionary economic geography bring to the policy table? In: Environment and Planning C: Government and Policy 0(0) 1–21, 2016.
  • [8] COOKE P. Regional innovation systems: competitive regulation in the new Europe. In: Geoforum 23(3), 365–382, 1992.
  • [9] COOKE, P.; DE LAURENTIS, C; TODTLING, F.; TRIPPL, M. Regional Knowledge Economies – Markets, Clusters and Innovation. Cheltenham, U.K: Edward Elgar, 2007.
  • [10] FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - FIRJAN. Visões de futuro: Potencialidades e desafios para o Estado do Rio de Janeiro nos próximos 15 anos. FIRJAN, Rio de Janeiro, 2014.
  • [11] FELDMAN M. P.; KOGLER D. F. Stylized facts in the geography of innovation. In: HALL B.; ROSENBERG N. (Eds) Handbook of the Economics of Innovation, pp. 381–410. Elsevier, Oxford: 2010.
  • [12] FREEMAN, C. Technology policy and economic performance: Lessons from Japan. London, Pinter Publishers, 1987.
  • [13] GERTLER, M.; LEVITTE, Y. Local nodes in global networks: The geography of knowledge flows in biotechnology innovation. In: Industry and Innovation 12(4): pp. 487–507, 2005.
  • [14] GIULIANI, E. The structure of cluster knowledge networks: Uneven and selective, not pervasive and collective. DRUID Working Paper 2005-11, 2005.
  • [15] GRABHER, G. Yet another turn? The evolutionary project in economic geography. In: Economic Geography 85, 119–127, 2009.
  • [16] HASENCLEVER, L.; PARANHOS, J. & TORRES, R. Desempenho Econômico do Rio de Janeiro: Trajetórias Passadas e Perspectivas Futuras. In: DADOS – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, vol. 55, n. 3, 2012, pp. 681 a 711.
  • [17] KOGLER, D. F. Evolutionary Economic Geography –Theoretical and Empirical Progress.In: Regional Studies, Vol. 49, No. 5, 705–711, 2015.
  • [18] LA ROVERE, R.L.; PARANHOS, J. Os investimentos no estado do Rio de Janeiro e seus efeitos sobre as micro e pequenas empresas. Relatório Técnico elaborado para o Observatório de Micro e Pequenas Empresas do IETS. Rio de Janeiro:SEBRAE/RJ, 2011. Disponível em http://arquivopdf.sebrae.com.br/uf/rio-de-janeiro/sebrae-no-rio-de-janeiro/estudos-e-pesquisas/estudo.pdf
  • [19] LA ROVERE, R.L. (coord.) Condições de capacitação empresarial e os ambientes de inovação no Estado do Rio de Janeiro. Relatório Técnico para a FAPERJ (Edital 28/2012). Rio de Janeiro: IE/UFRJ, 2015.
  • [20] LESSA, C. O Rio de todos os Brasis: uma reflexão em busca de auto-estima. Rio de Janeiro: Record, 2000.
  • [21] LUNDVALL, B-Å (Ed.). National innovation systems: towards a theory of innovation and interactive learning. London: Pinter, 1992.
  • [22] LUNDVALL, B-Å, JOHNSON, B.; ANDERSEN, E; DALUM, B. National systems of production, innovation and competence building. In: Research Policy 31, p. 213-231, 2002.
  • [23] MALERBA, F; TORRISI, S. La Politica Pubblica. In: MALERBA, F. (org.) Economia dell´Innovazione. Roma: Carocci Editore, 2009.
  • [24] MALERBA, F; VONORTAS, N.S. Innovation networks in industries and sectoral systems: an introduction. In: MALERBA, F; VONORTAS, N.S. Innovation networks in industries. Chelteham, UK: Edward Elgar, 2009.
  • [25] MARCELLINO, I.S.; AVANCI, V. L.; BRITTO, J. O Sistema Regional de Inovação Fluminense: características, desafios e potencialidades. Cadernos do Desenvolvimento Fluminense, Rio de Janeiro, n.2, julho/2013.
  • [26] MASKELL, P.; MALMBERG, A. The competitiveness of firms and regions: ‘ubiquitification’ and the importance of localized learning. In: European Urban and Regional Studies 6, 9–25, 1999.
  • [27] NATAL, J. Inflexão econômica e dinâmica espacial pós-1996 no Estado do Rio de Janeiro. In: Nova Economia, Belo Horizonte, 14 (3) pp. 71-90, setembro-dezembro/2004.
  • [28] OSÓRIO, M. Economia, desenvolvimento e caminhos para o Rio de Janeiro. In: Revista de Economia Fluminense, v. VII, p. 13-17, 2013.
  • [29] ¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬______. Desafios para a Metrópole Carioca. Rio Pesquisa (FAPERJ), v. 1, p. 11-13, 2014.
  • [30] OSORIO, M; MELO, L.M.M; VERSIANI, M.H; WERNECK, M.L. Desafios para o Desenvolvimento Socioeconômico do Rio de Janeiro. In: In: Osorio, M.; Melo, L.M.; Versiani, M.H; Werneck, M.L. (orgs). Uma agenda para o Rio de Janeiro: Estratégias e Políticas Públicas para o Desenvolvimento Socioeconômico. Rio de Janeiro: FGV: 2015
  • [31] PESQUISA DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA: 2014. Coordenação da Indústria – Rio de Janeiro: IBGE, 2016.
  • [32] PORTO, G.; KANNEBLEY JR., S.; DIAS, A. & RADAELLI, V.O Sistema Estadual de Inovação do estado do Rio de Janeiro: uma contribuição ao diálogo de políticas entre o governo do Estado do Rio de Janeiro e o Banco Interamericano de Desenvolvimento. BID, 2012.
  • [33] SANTOS, A. Economia fluminense: Superando a perda de dinamismo? In: Revista Rio de Janeiro, n. 8, p. 31-58, set./dez. 2002.
  • [34] SOBRAL, B. Metrópole do Rio e Projeto Nacional: Uma estratégia de desenvolvimento a partir de complexos e centralidades no território. Ed. Garamond, Rio de Janeiro, 2012.
  • [35] ______. A Falácia da “inflexão econômica positiva”: algumas características da desindustrialização fluminense e do “vazio produtivo” em sua periferia metropolitana. In: Cadernos do Desenvolvimento Fluminense, n. 1, Rio de Janeiro, fevereiro, 2013.
  • [36] ______. A evidência da estrutura produtiva oca: o Estado do Rio de Janeiro como um dos epicentros da desindustrialização nacional. In: NETO, A. M.; CASTRO, C. N.; BRANDÃO, C. A. (orgs.) Desenvolvimento regional no Brasil: políticas, estratégias e perspectivas. Rio de Janeiro: IPEA, 2017
  • [37] TÖDTLING, F.; TRIPPL, M. One size fits all? Towards a differentiated regional innovation policy approach. In: Research Policy, 34, pp. 1203-1219, 2005.
  • [38] VONORTAS, N. Innovation networks in industry. In: MALERBA, F; VONORTAS, N.S. Innovation networks in industries. Chelteham, UK: Edward Elgar, 2009.
Como citar:

SANTOS, Guilherme de Oliveira; ROVERE, Renata Lèbre La; "ELEMENTOS PARA UMA POLÍTICA DE APOIO AO SISTEMA REGIONAL DE INOVAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: UMA ANÁLISE COM BASE NA ABORDAGEM DA GEOGRAFIA ECONÔMICA EVOLUCIONÁRIA", p. 405-423 . In: . São Paulo: Blucher, 2017.
ISSN 2357-7592, DOI 10.5151/enei2017-23

últimos 30 dias | último ano | desde a publicação


downloads


visualizações


indexações