Dezembro 2022 vol. 8 num. 1 - X CONGRESSO MÉDICO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO

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EFEITOS DA PORNOGRAFIA NA SAÚDE SEXUAL DE ADOLESCENTES: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

EFEITOS DA PORNOGRAFIA NA SAÚDE SEXUAL DE ADOLESCENTES: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Lima, MEVL ; Ferreira, FCS ; Bigatão, IL ; Martinez, YM ; Ksyvickis, L ;

Artigo:

INTRODUÇÃO: A adolescência, referida pela OMS como a faixa etária entre 10-19 anos, é repleta de mudanças e descobertas, caracterizada pela interação entre fenômenos biológicos e psicossociais, incluindo o desenvolvimento da sexualidade.Dentre os meios pelos quais os adolescentes exercitam sua sexualidade, encontram-se a criação de fantasias sexuais, masturbação e a busca pela pornografia. O consumo de conteúdos pornográficos é apontado como assunto de preocupação em relação a comportamentos sexuais de risco, disfunções sexuais, dificuldades nos relacionamentos e problemas psicológicos, entre outros. Carecem estudos sobre o impacto da pornografia para a saúde sexual de adolescentes. OBJETIVO: O objetivo desta revisão bibliográfica é compreender a contribuição da pornografia para a saúde sexual de adolescentes. METODOLOGIA: Foi realizada uma busca na Biblioteca Virtual em saúde (BVS) e aplicados os seguintes filtros: período dos últimos 5 anos (2017-2022) e idioma em inglês e espanhol. Foram excluídas revisões sistemáticas e pesquisas qualitativas em saúde, o que resultou em 45 artigos. Após leitura dos resumos, foram excluídos 13 artigos, sendo os motivos: fuga do tema, metanálises, revisões bibliográficas e artigos não encontrados. Ao total, restaram 32 artigos. RESULTADOS: A visualização frequente de pornografia foi associada ao sexo masculino (OR [IC 95%] = 7,08 [6,43 a 7,81]; P< 0,001) e faixa etária ≤15 anos (OR [IC 95%] = 1,33 [1,01 a 1,75]; P = 0,044). Para homens na faixa etária de 18 a 24 anos, a pornografia foi a principal fonte de educação sexual na adolescência (24,%) (OR = 0,32, p = 0,001). O uso problemático da pornografia (UPP) foi fortemente associado a maior incongruência moral (beta = 0,20, P < 0,001) e maior religiosidade (beta = 0,08, p < 0,05), além de estarem relacionados a maiores índices de impulsividade, emoções negativas e agressões sexuais. Como fator protetor, o exercício físico regular (OR [IC 95%] = 0,66 [0,58 a 0,74]; P < 0,001) foi associado a uma redução nas taxas de visualização de pornografia. Como método avaliativo de UPP, O Problematic Pornography Consumption Scale (PPCS-6-A) demonstrou fortes propriedades psicométricas em termos de estrutura fatorial, invariância de medidas e confiabilidade. CONCLUSÃO: O uso da pornografia por adolescentes por si só não foi considerado, na maioria dos casos, um problema; sendo inclusive a principal fonte de educação sexual a que tiveram acesso. Entretanto, o uso problemático da pornografia (UPP) gera uma série de disfunções como maior risco de disfunção erétil, aumento do risco de agressão sexual, incongruência moral, níveis mais altos de emoções negativas e impulsividade, além de estarem mais relacionados a um aumento de religiosidade. Sendo assim, torna-se fundamental a implementação de programas de educação sexual e afetiva, além do estímulo a hábitos saudáveis e prática de atividade física, para que os adolescentes possam vivenciar suas relações da forma mais saudável possível.

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INTRODUÇÃO: A adolescência, referida pela OMS como a faixa etária entre 10-19 anos, é repleta de mudanças e descobertas, caracterizada pela interação entre fenômenos biológicos e psicossociais, incluindo o desenvolvimento da sexualidade.Dentre os meios pelos quais os adolescentes exercitam sua sexualidade, encontram-se a criação de fantasias sexuais, masturbação e a busca pela pornografia. O consumo de conteúdos pornográficos é apontado como assunto de preocupação em relação a comportamentos sexuais de risco, disfunções sexuais, dificuldades nos relacionamentos e problemas psicológicos, entre outros. Carecem estudos sobre o impacto da pornografia para a saúde sexual de adolescentes. OBJETIVO: O objetivo desta revisão bibliográfica é compreender a contribuição da pornografia para a saúde sexual de adolescentes. METODOLOGIA: Foi realizada uma busca na Biblioteca Virtual em saúde (BVS) e aplicados os seguintes filtros: período dos últimos 5 anos (2017-2022) e idioma em inglês e espanhol. Foram excluídas revisões sistemáticas e pesquisas qualitativas em saúde, o que resultou em 45 artigos. Após leitura dos resumos, foram excluídos 13 artigos, sendo os motivos: fuga do tema, metanálises, revisões bibliográficas e artigos não encontrados. Ao total, restaram 32 artigos. RESULTADOS: A visualização frequente de pornografia foi associada ao sexo masculino (OR [IC 95%] = 7,08 [6,43 a 7,81]; P< 0,001) e faixa etária ≤15 anos (OR [IC 95%] = 1,33 [1,01 a 1,75]; P = 0,044). Para homens na faixa etária de 18 a 24 anos, a pornografia foi a principal fonte de educação sexual na adolescência (24,%) (OR = 0,32, p = 0,001). O uso problemático da pornografia (UPP) foi fortemente associado a maior incongruência moral (beta = 0,20, P < 0,001) e maior religiosidade (beta = 0,08, p < 0,05), além de estarem relacionados a maiores índices de impulsividade, emoções negativas e agressões sexuais. Como fator protetor, o exercício físico regular (OR [IC 95%] = 0,66 [0,58 a 0,74]; P < 0,001) foi associado a uma redução nas taxas de visualização de pornografia. Como método avaliativo de UPP, O Problematic Pornography Consumption Scale (PPCS-6-A) demonstrou fortes propriedades psicométricas em termos de estrutura fatorial, invariância de medidas e confiabilidade. CONCLUSÃO: O uso da pornografia por adolescentes por si só não foi considerado, na maioria dos casos, um problema; sendo inclusive a principal fonte de educação sexual a que tiveram acesso. Entretanto, o uso problemático da pornografia (UPP) gera uma série de disfunções como maior risco de disfunção erétil, aumento do risco de agressão sexual, incongruência moral, níveis mais altos de emoções negativas e impulsividade, além de estarem mais relacionados a um aumento de religiosidade. Sendo assim, torna-se fundamental a implementação de programas de educação sexual e afetiva, além do estímulo a hábitos saudáveis e prática de atividade física, para que os adolescentes possam vivenciar suas relações da forma mais saudável possível.

Palavras-chave: Pornografia; Adolescente; Comportamento sexual,

Palavras-chave: Pornografia; Adolescente; Comportamento sexual,

DOI: 10.5151/xcomusc-06

Referências bibliográficas
  • [1] -
Como citar:

Lima, MEVL; Ferreira, FCS; Bigatão, IL; Martinez, YM; Ksyvickis, L; "EFEITOS DA PORNOGRAFIA NA SAÚDE SEXUAL DE ADOLESCENTES: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA", p. 80-105 . In: Anais do X Congresso Médico Universitário São Camilo. São Paulo: Blucher, 2022.
ISSN 2357-7282, DOI 10.5151/xcomusc-06

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