Resumo - Open Access.

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Design Inclusivo para ajudar portadores de discromatopsia entenderem a videografia.

Inclusive Design to help colorblind people understand cinematography.

Bacelar, Camilla Costa ; Farias, Bruno Serviliano Santos ;

Resumo:

"A deficiência visual é um assunto urgente a ser discutido no âmbito do design inclusivo. De acordo com o CENSO 2010, é a deficiência que apresenta maior porcentagem de auto declaração. Aproximadamente 24% da população brasileira declarara ter algum grau de dificuldade visual, auditiva, motora e/ou mental/intelectual. Dessa porcentagem, quando se trata de deficiência visual, tem-se 0,27% que não conseguem enxergar de modo algum, 3,18% que tem grande dificuldade e 15,31% têm alguma dificuldade (CENSO 2010). Porém ainda não há dados concretos sobre a porcentagem de pessoas portadoras exclusivamente de discromatopsia. (VILLON, NASCIMENTO; 2019). A definição clínica de discromatopsia (conhecida popularmente como daltonismo) é uma deficiência basicamente congênita que ocorre nos cones da retina do olho humano. Cuja principal dificuldade de identificação ocorre com as cores-luz primárias (vermelho, verde e azul), podendo prejudicar a visualização de todas as outras cores. (NEIVA, 2008). Apesar de não se ter encontrado normatização brasileira regulamentada para a aplicação do design direcionada especialmente para portares de discromatopsia, através de pesquisas descobriu-se a WCAG (Web Content Accessibility Guidelines) que é utilizada para instruir criadores de conteúdo acessível para daltônicos na web. Nele fala-se sobre rótulos de texto, sublinhar links, utilizar padrões e texturas, usar cores e símbolos para formulários de contato, evitar algumas combinações de cores e legibilidade de texto. (ADA Site Compliance). Assim como o WCAG, através de pesquisa foi encontrado o “Guia de Acessibilidade Cromática para Daltonismo: Princípios para profissionais da indústria criativa” de Thiovane Pereira (2021), resultado de uma pesquisa brasileira que segue os conceitos da WCAG. Outras tecnologias gráficas desenvolvidas especialmente para pessoas com baixa visão ou com discromatopsia são: o “Alfabeto das cores” da ColorADD (tecnologias assistivas de símbolos que indicam cores), extensões de navegadores como o Color Enhancer (ajudam as páginas a ganharem um filtro customizável de realce das letras), o aplicativo de celular Chromatic Vision Simulator (simula a experiência de pessoas que possuem deficiência na visão de cores), entre outros. Algumas tecnologias atuais destinadas a pessoas com baixa ou nenhuma visão são os “Óculos Inteligentes”, cujas funções são: a capacidade de alterar cores e o contraste do que se está olhando, reconhecer e ditar documentos impressos para quem tem dificuldade na leitura de caracteres, etc. Dentre esses vários aspectos e tecnologias, até o presente momento não se encontrou uma tecnologia utilizada especialmente na videografia, porém supõe-se que dentre as mencionadas possam se adequar. Sendo assim, emerge o questionamento: Como o design inclusivo pode implementar soluções para ajudar no melhor entendimento de obras videográficas por pessoas daltônicas? Para responder essa pergunta, serão utilizados materiais da UNA-SUS/UFMA (Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde), que contribui para a educação em saúde e educação através de aulas à distância (EaD) onde se disponibiliza cursos de especialização, aperfeiçoamento, capacitação e extensão gratuitos, na modalidade auto instrucional, por meio de tecnologias inovadoras e acessíveis, utilizando a Plataforma Moodle. O objetivo geral a ser analisado consiste em propor recomendações para tecnologias assistivas na videografia para pessoas portadoras de discromatopsia. Os objetivos específicos serão a). Entender a experiência do usuário portador de discromatopsia ao assistir vídeos; b). Mapear tecnologias assistivas para o daltonismo e compreender o impacto dessas tecnologias na experiência audiovisual; c). Avaliar tais tecnologias e seus impactos nas formas de compreensão da videografia por pessoas portadoras de discromatopsia. O caráter da pesquisa apresentada será descritivo, e necessita um grupo focal para que ocorra a classificação, interpretação e explicação dos resultados obtidos (ANDRADE, 2003). O método de abordagem da pesquisa será qualitativa-quantitativa, pois pretende-se entender fenômenos humanos buscando uma visão detalhada e complexa através da análise cientifica do pesquisador (qualitativa) e também atua sobre um problema humano e social baseada no teste de uma teoria composta por variáveis quantificadas em números, dando origem às estatísticas para serem comparadas à teoria inicial (quantitativa) (FERREIRA, 2015). O procedimento metodológico utilizado será dividido em três etapas, sendo elas: 1) Pesquisa descritiva para compreender o uso da cor na videografia; 2) Grupo focal com entrevistas individuais com usuários daltônicos para investigar suas percepções diante das representações gráficas disponibilizadas; 3) Desenvolvimento de tecnologia assistida para ajudar no entendimento das obras pelos indivíduos daltônicos. Por fim, espera-se que a pesquisa contribua para a inclusão social das pessoas portadoras de discromatopsia através do design inclusivo e também fomente mais discussões sobre o tema afim de promover cada vez mais tecnologias para as pessoas que a necessitam."

Resumo:

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Palavras-chave: Discromatopsia; Design Inclusivo; Acessibilidade; Tecnologias Assistivas,

Palavras-chave: -,

DOI: 10.5151/jopdesign2022-10

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Como citar:

Bacelar, Camilla Costa; Farias, Bruno Serviliano Santos; "Design Inclusivo para ajudar portadores de discromatopsia entenderem a videografia.", p. 45-48 . In: Anais da III Jornada de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Design - UFMA. São Paulo: Blucher, 2022.
ISSN 2318-6968, DOI 10.5151/jopdesign2022-10

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