Artigo completo - Open Access.

Idioma principal | Segundo idioma

Design gráfico e subjetividades: os significados intangíveis presentes na informação visual de anúncios publicitários de perfumes femininos

Graphic design and subjectivities: the intangible meanings present in the visual information of advertisements for women's perfumes

Souza, Felipe Machado de ; Fialho, Francisco A. P. ;

Artigo completo:

O consumo na pós-modernidade não prolifera somente bens e serviços mas, também, todos os predicados intangíveis atribuídos e associados a eles. Entretanto, uma empresa não concede imaterialidade as suas mercadorias se essas não nos afetarem. Sem estabelecer uma mediação física – perceptível – com os sujeitos, os significados não são recebidos e, consequentemente, não são incorporados aos bens e serviços. Logo, as empresas precisam de estratégias comunicacionais como, por exemplo, os anúncios publicitários. Esses, em grande parte, são elaborados pelos designers gráficos. Eles criam, selecionam e organizam elementos visuais, que combinados em uma superfície qualquer, transmitem informações significativas e emocionais relativas à uma marca ou produto – cooperando para a construção da imaterialidade. Em outras palavras, o design gráfico materializa o intangível ao traduzir o imaterial em expressões tangíveis, visuais. Esse estudo, a partir de uma pesquisa visual, de caráter exploratório e qualitativo, buscou verificar como os significados intangíveis contidos nas informações visuais de diferentes peças publicitárias de perfumes femininos impactaram os participantes da pesquisa. O estudo evidenciou que os anúncios publicitários, decorrentes dos projetos e das atividades de design gráfico, que controlam e organizam os elementos visuais perceptíveis, propiciaram impressões e sensações subjetivas específicas nos entrevistados cooperando com a lógica do processo de subjetivação do consumo pós-moderno.

Artigo completo:

Consumption in postmodernity does not only proliferate goods and services but also all intangible predicates attributed and associated with them. However, a company does not grant immateriality to its merchandise if it does not affect us. Without establishing a sensible - physical mediation - with the subjects, the meanings are not received and, consequently, are not attributed to the goods and services. Therefore, companies need communication strategies, such as commercials. These, to a large extent, are elaborated by graphic designers. They create, select and organize visual elements that, combined on any surface, convey meaningful and emotional information about a brand or product - cooperating for the construction of the intangible. Graphic design materializes the intangible by translating the immaterial into tangible, visual expressions. This study, based on a visual exploratory and qualitative research, seeks to verify how the intangible meanings contained in the visual information of different advertising pieces of women perfumes impacted the research participants. The study evidenced that advertisements, resulting from projects and graphic design activities, which control and organize the perceptible visual elements, provided specific impressions and subjective feelings in the interviewees, cooperating with the logic of the subjectivation process of postmodern consumption.

Palavras-chave: consumo, pós-modernidade, subjetivação, expressão visual,

Palavras-chave: consumption, postmodernity, subjectivation, visual expression,

DOI: 10.5151/9cidi-congic-3.0013

Referências bibliográficas
  • [1] Barbosa, L. & Campbell, C. (2006). Cultura, consumo e identidade. Rio de Janeiro: FGV.
  • [2] Batey, M. (2010). O significado da marca: como as marcas ganham vida na mente dos consumidores. Rio de Janeiro: Best Business.
  • [3] Birman, J. (2003). Freud e a filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
  • [4] Canevacci, M. (2001). Antropologia da comunicação visual. Rio de Janeiro: DP&A.
  • [5] Collier, J. (1973). Antropologia visual: a fotografia como método de pesquisa. São Paulo: EPU.
  • [6] Cunha, E. L. (2007). Uma leitura freudiana da categoria de identidade em Anthony Giddens. Ágora: estudos em teoria psicanalítica, (10)2, 171-18
  • [7] Frascara, J. (2001). Diseño gráfico para la gente: comunicaciones de masa y cambio social. Buenos Aires: Ediciones Infinito.
  • [8] Gobé, M. (2010). Brandjam: o design emocional na humanização das marcas. Rio de Janeiro: Rocco.
  • [9] Hollis, R. (2000) Design gráfico: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes.
  • [10] Jr, L. A. & Nojima, V. L. (2010). Retórica do Design Gráfico: da prática a teoria. São Paulo: Blucher.
  • [11] Lipovetsky, G. (2007). O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas. São Paulo, Companhia das Letras.
  • [12] Loizos, P. (2013). Pesquisa qualitativa com imagem e som: um manual prático (cap. 6, 137-155). Petrópolis: Vozes.
  • [13] Martins, J. S. (2007). A natureza emocional da marca: construção de marcas líderes. Rio de Janeiro: Campus.
  • [14] McCracken, G. (2003). Cultura & Consumo: novas abordagens ao caráter simbólico dos bens e atividades de consumo. Rio de Janeiro: Mauad.
  • [15] Moraes, D. (2010). Metaprojeto: o design do design. São Paulo: Blucher.
  • [16] Newark, Q. (2009). O que é design gráfico? Porto Alegre: Bookman.
  • [17] Perassi, R. (2001). A visualidade das marcas institucionais e comerciais como campo de significação. Tese de doutorado. Pontifícia universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
  • [18] Perassi, R. (2015). Do ponto ao pixel: sintaxe gráfica no videodigital. Florianópolis: CCE/UFSC.
  • [19] Perez, C. (2016). Signos da marca: expressividade e sensorialidade. São Paulo: Cengage Learning.
  • [20] Randazzo, S. (1997). A criação de mitos na publicidade: como os publicitários usam o poder do mito e do simbolismo para criar marcas. São Paulo: Rocco.
  • [21] Santaella, L. (2016). Signos da marca: expressividade e sensorialidade (Prefácio). São Paulo: Cengage Learning.
  • [22] Schmiegelow, S. S. (2016). Disseminação do conhecimento de moda na digital de marcas populares de vestuário e acessórios. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil.
  • [23] Semprini, A. (2010). A marca pós-moderna: poder e fragilidade da marca na sociedade contemporânea. São Paulo: Estação das Letras Editora.
  • [24] Serroy, J & Lipovetsky, G. (2015). A estetização do mundo: viver na era do capitalismo artista. São Paulo: Companhia das Letras.
  • [25] Souza, F. M. (2018). Marcas, mitos e subjetividades: os arquétipos das deusas gregas expressos em imagens publicitárias contemporâneas. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil.
  • [26] Tittoni, J. (2008). Psicologia e fotografia: experiências em intervenções fotográficas. Lisboa: Dom Quixote Editora
  • [27] Zwirtes, A. M. & Perassi, R. (2015). Mídia e design gráfico no processo de comunicação do evento cultural festival de dança de Joinville. Projética, (6)1, 151-162.
Como citar:

Souza, Felipe Machado de; Fialho, Francisco A. P.; "Design gráfico e subjetividades: os significados intangíveis presentes na informação visual de anúncios publicitários de perfumes femininos ", p. 1193-1203 . In: Anais do 9º CIDI | Congresso Internacional de Design da Informação, edição 2019 e do 9º CONGIC | Congresso Nacional de Iniciação Científica em Design da Informação. São Paulo: Blucher, 2019.
ISSN 2318-6968, DOI 10.5151/9cidi-congic-3.0013

últimos 30 dias | último ano | desde a publicação


downloads


visualizações


indexações