Fevereiro 2019 vol. 1 num. 5 - I Simpósio Bienal SBPSP – O Mesmo, O Outro

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De quando vi a Beija-Flor e pensei: “Mire-se no exemplo dessa escola de samba” e, após escrever o texto, lembrei-me da gravura El sueño de la razón produce monstruos, de Goya

De quando vi a Beija-Flor e pensei: “Mire-se no exemplo dessa escola de samba” e, após escrever o texto, lembrei-me da gravura El sueño de la razón produce monstruos, de Goya

MANDELBAUM, Enrique ;

Artigo:

Parece-me de fundamental importância hoje trabalhar com palavras-chave na Psicanálise – conceitos, se se quiser -, amplas o suficiente para abordar as múltiplas variações psicanalíticas em suas aplicações diárias em nossa clínica pessoal, em nossa cidade, em nosso país, na América do Sul, no mundo. Num texto anterior, defendi a ideia de que todo psicanalista deve constituir em si um objeto psicanalítico reparador – o objeto interno síntese em atividade em sua formação, em sua clínica e em sua teorização. O objeto psicanalítico reparador é uma palavra-chave ampla. É o/a mesmo/a analista que se forma, que realiza a sua clínica com seus pacientes, e é ele/ela também que tenta teorizar, isto é, transferir a outros a sua realização como psicanalista, a sua clínica. Estas três dimensões – a da formação pessoal, do trabalho na clínica e da teorização sobre a clínica – são, se quisermos dizer assim, nada mais do que vértices diferenciados da atividade do mesmo objeto, o objeto psicanalítico reparador, que é sempre orientado pela metapsicologia pessoal que conseguimos interiorizar a partir de nossa análise/autoanálise, do estudo dos textos psicanalíticos e das realizações de nossa clínica. Em qualquer momento que matutemos em "psicanalês", estamos psicanalisando, o que quer dizer – à medida que formos integrando de forma mais perfeita o objeto psicanalítico, pelo enraizamento mais profundo de uma metapsicologia pessoal -, estamos sendo psicanalistas. Ser psicanalista é viver mobilizado por uma metapsicologia pessoal. E falar da construção de uma metapsicologia pessoal não implica expressar um aprimoramento de si próprio. É antes de mais nada um processo de alfabetização emocional, cognitiva e racional, íntima e pessoal. Implica em reconhecer internamente que Freud nos explica e explica o mundo - pelo menos um pedacinho de bom tamanho -, ao abranger desde a nossa intimidade mais desconhecida até a nossa identidade mais exposta, mais exibida, no interior da psicodinâmica mobilizada em nossas psicopatologias da vida cotidiana.

Artigo:

Parece-me de fundamental importância hoje trabalhar com palavras-chave na Psicanálise – conceitos, se se quiser -, amplas o suficiente para abordar as múltiplas variações psicanalíticas em suas aplicações diárias em nossa clínica pessoal, em nossa cidade, em nosso país, na América do Sul, no mundo. Num texto anterior, defendi a ideia de que todo psicanalista deve constituir em si um objeto psicanalítico reparador – o objeto interno síntese em atividade em sua formação, em sua clínica e em sua teorização. O objeto psicanalítico reparador é uma palavra-chave ampla. É o/a mesmo/a analista que se forma, que realiza a sua clínica com seus pacientes, e é ele/ela também que tenta teorizar, isto é, transferir a outros a sua realização como psicanalista, a sua clínica. Estas três dimensões – a da formação pessoal, do trabalho na clínica e da teorização sobre a clínica – são, se quisermos dizer assim, nada mais do que vértices diferenciados da atividade do mesmo objeto, o objeto psicanalítico reparador, que é sempre orientado pela metapsicologia pessoal que conseguimos interiorizar a partir de nossa análise/autoanálise, do estudo dos textos psicanalíticos e das realizações de nossa clínica. Em qualquer momento que matutemos em "psicanalês", estamos psicanalisando, o que quer dizer – à medida que formos integrando de forma mais perfeita o objeto psicanalítico, pelo enraizamento mais profundo de uma metapsicologia pessoal -, estamos sendo psicanalistas. Ser psicanalista é viver mobilizado por uma metapsicologia pessoal. E falar da construção de uma metapsicologia pessoal não implica expressar um aprimoramento de si próprio. É antes de mais nada um processo de alfabetização emocional, cognitiva e racional, íntima e pessoal. Implica em reconhecer internamente que Freud nos explica e explica o mundo - pelo menos um pedacinho de bom tamanho -, ao abranger desde a nossa intimidade mais desconhecida até a nossa identidade mais exposta, mais exibida, no interior da psicodinâmica mobilizada em nossas psicopatologias da vida cotidiana.

Palavras-chave: -,

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DOI: 10.5151/isbsbpsp-46

Referências bibliográficas
  • [1] Desfile da Escola de Samba Beija-flor de Nilópolis 2018. https://www.youtube.com/watch?v=icQWIaimNVM.
  • [2] Freud, S. (1930) O mal-estar na civilização. Em: Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de S. Freud, vol. XXI. RJ: Imago, 1976.
  • [3] Klein, M. (1952) As origens da transferência. Em: Obras Completas de Melanie Klein: Volume III, Inveja e gratidão e outros trabalhos. (1946-1963). Rio de Janeiro: Imago, 1991.
  • [4] Shelley, M. (1818) Frankenstein. RJ: Zahar, 2017.
Como citar:

MANDELBAUM, Enrique; "De quando vi a Beija-Flor e pensei: “Mire-se no exemplo dessa escola de samba” e, após escrever o texto, lembrei-me da gravura El sueño de la razón produce monstruos, de Goya", p. 342-348 . In: I Simpósio Bienal SBPSP – O Mesmo, O Outro. São Paulo: Blucher, 2019.
ISSN 2359-2990, DOI 10.5151/isbsbpsp-46

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