Artigo Completo - Open Access.

Idioma principal

Comércio internacional, especialização produtiva e competitividade: uma decomposição para o crescimento das exportações brasileiras entre 1995 e 2014

AMARAL, Felipe ; FREITAS, Fabio ; CASTILHO, Marta ;

Artigo Completo:

Entre 1995 e 2014, as exportações brasileiras cresceram a uma taxa superior ao crescimento das exportações mundiais. Além desse crescimento acelerado, também houve uma mudança na composição da pauta exportadora com forte crescimento do peso dos produtos básicos em detrimento dos manufaturados. O objetivo deste artigo é investigar os determinantes do crescimento recente das exportações brasileiras e explicar o crescimento acelerado das vendas externas de produtos primários e das manufaturas baseadas em recursos naturais. Essa investigação será realizada por meio de uma metodologia que decompõe o crescimento das exportações em quatro componentes. O primeiro está associado ao crescimento da competitividade do país nos diferentes produtos exportados. O segundo capta o dinamismo dos mercados para os produtos exportados. O terceiro e o quarto captam, respectivamente, a elasticidade-renda do comércio internacional e o impacto do crescimento da renda mundial. Os resultados indicam que, entre 1995 e 2011, os efeitos renda mundial e elasticidade-renda do comércio foram os que mais contribuíram para o crescimento das exportações brasileiras, embora a contribuição dos outros fatores tenha sido positiva na maioria dos casos. Ou seja, o bom desempenho das exportações brasileiras teria sido determinado tanto por fatores de ordem macroeconômica quanto setoriais. O aumento da elasticidade-renda do comércio internacional e da renda mundial impulsionou o crescimento das exportações brasileiras que, por sua vez, foram beneficiadas pelo aumento dos preços e da demanda mundial por mercadorias em que o país já era especializado. Isto intensificou a participação relativa de produtos menos sofisticados na pauta brasileira e aprofundou a especialização comercial do país nos produtos primários e nas manufaturas baseadas em recursos naturais.

Artigo Completo:

Palavras-chave: Exportações brasileiras, Comércio internacional, Competitividade, Especialização comercial e produtiva,

Palavras-chave:

DOI: 10.5151/enei2017-20

Referências bibliográficas
  • [1] AMARAL, F. (2016). Comércio internacional, especialização produtiva e competitividade: uma decomposição para o crescimento das exportações brasileiras entre 1995 e 2014. Dissertação de mestrado não publicada, Rio de Janeiro, Instituto de Economia, UFRJ (mimeo).
  • [2] BALASSA, B. (1965). Trade liberalisation and revealed comparative advantage. Washington: World Bank.
  • [3] BHERING, G.; SERRANO, F. (2014). A Restrição Externa e a “Lei de Thirlwall” com Endividamento Externo. Anais do XLII Encontro Nacional de Economia, 2014.
  • [4] CASTILHO, M. (2010). A inserção do Brasil em um mundo fragmentado: uma análise da estrutura de comércio exterior brasileiro. In: Luciana Acioly e Marcos Antonio Macedo Cintra. (Org.). Inserção Internacional Brasileira: temas de economia internacional. 1 ed. Brasília: IPEA, v. 2, p. 369-396.
  • [5] COSTA, K.; CASTILHO, M.; TORRACCA, J. (2016). Desempenho e perspectivas das exportações brasileiras de produtos manufaturados – perfil e perda de mercado do Brasil na América Latina. XLIV Encontro Nacional de Economia.
  • [6] CIMOLI, M. & CORREA, N. (2002) Trade Openness and Technology Gaps in Latin America: A Low-Growth Trap. In: Ocampo, J. A. (ed.) Beyond Reforms: Structural Dynamics and Macroeconomic Vulnerability. Washington: United Nations Economic Commission for Latin America and the Caribbean.
  • [7] CIMOLI, M.; PORCILE, G.; ROVIRA, S. (2010). Structural change and the BOP-constraint: why did Latin America fail to converge? Cambridge Journal of Economics, 34(2) pp. 389-411.
  • [8] COUTINHO, L. (1997). A especialização regressiva: um balanço do desempenho industrial pós-estabilização. IN VELLOSO, J.P.R. (org.), Brasil: desafios de um país em transformação, Editora José Olympio.
  • [9] DOSI, G.; PAVITT, K.; SOETE, L. (1990). Technology and trade: an overview of the literature. In: DOSI, G. et al. (Org.). The economics of technical change and international trade. Hertforshire: Harvester Wheatsheaf.
  • [10] FAGERBERG, J.; SHROLEC, M. e KNELL, M. (2007) The Competitiveness of Nations: Why Some Countries Prosper While Others Fall Behind. World Development, 35(10), 1595-1620.
  • [11] FREITAS, F. e DWECK, E. (2013). The Pattern of Economic Growth of the Brazilian Economy 1970-2005: A Demand-Led Growth Perspective. In: LEVRERO, E. et al. (eds.) Sraffa and The Reconstruction of Economic Theory: Volume Two: Aggregate Demand, Policy Analysis and Growth. Palgrave Macmillian.
  • [12] JAYME JR., F. G.; RESENDE, M. F. C. (2009). Crescimento econômico e restrição externa: teoria e a experiência brasileira. In: Crescimento econômico: setor externo e inflação. Rio de Janeiro: Livro IPEA cap. 1, p. 9-36.
  • [13] KALDOR, N. (1978[1971]). “Conflicts in National Economic Objectives”, in Kaldor, N., Further Essays on Economic Theory, N. York: Holmes & Meier
  • [14] LALL, S. (2000). The technological structure and performance of developing country manufactured exports, 1985-98. Oxford Development Studies, vol. 28, nº 3.
  • [15] LEAMER, E.; STERN, R. (1970). Constant-market-share analysis of export growth. In: LEAMER & STERN (Org.). Quantitative international economics. Boston: Allyn and Bacon. Cap. 7, p. 171-183.
  • [16] LIBÂNIO, G. (2012). O comércio Brasil-China em uma perspectiva regional: análise e implicações para o desenvolvimento. Rio de Janeiro: BNDES/ANPEC, 33 p. (Texto para discussão, 42).
  • [17] LIMA, LÉLIS E CUNHA (2015) Comércio internacional e competitividade do Brasil: um estudo comparativo utilizando a metodologia Constant-Market-Share para o período 2000-2011, Econ. e soc. vol. 24, n.2.
  • [18] MANDENG, O. S. (1991). Competitividad internacional y especialización. Revista de la Cepal, Santiago, n. 45, 1991.
  • [19] McCOMBIE, J. S. L. & ROBERTS, M. (2002) The Role of the Balance of Payments in Economic Growth. In: Setterfield, M. (ed.) Demand-Led Growth: challenging the supply side vision of the long run, Aldershot: Edward Elgar.
  • [20] McCOMBIE, J. S. L. &THIRLWALL, A. P. (1994) Economic Growth and the Balance of Payments Constraint, Londres: Macmillan.
  • [21] MEDEIROS, C. A. & SERRANO, F. (1999). Padrões monetários internacionais e crescimento. In: FIORI, J. L. (Org.). Estados e moedas no desenvolvimento das nações. Petrópolis: Vozes.
  • [22] MEDEIROS, C. A. & SERRANO, F. (2001). Inserção Externa, Exportações e Crescimento no Brasil. in: Fiori, J. L.; Medeiros, C. (Org.). Polarização Mundial e Crescimento. Petrópolis, Vozes.
  • [23] OCAMPO, J. A. (2009). Growth and policy in developing countries: A Structuralist Approach. Nova York: Columbia University Press.
  • [24] PALMA, J. G. (2009). Flying geese and waddling ducks: the different capabilities of East Asia and Latin America to “demand-adapt” and “supply-upgrade” their export productive capacity. In: M. Cimoli, G. Dosi and J. Stiglitz (eds.), The Political Economy of Capabilities Accumulation: the Past and Future of Policies for Industrial Development, Oxford University Press.
  • [25] PAVITT, K. (1984). Patterns of technical change: towards a taxonomy and a theory. Research Policy, 13, 343–374.
  • [26] PEREIRA, L. V.; SOUZA, A. L. S. de (2011). Exportações brasileiras na primeira década do século XXI: desempenho e fontes de crescimento. In: BONELLI, R. (Org.). A agenda de competitividade do Brasil. Instituto brasileiro de Economia. Rio de Janeiro: Editora FGV. Cap 11, p. 323-378.
  • [27] PINHEIRO, A. C.; BONELLI, R. (2007). Comparative advantage or economic policy? Stylized facts and reflections on Brazil’s insertion in the world economy – 1994-2005. Rio de Janeiro: Ipea, abr. 2007. (Texto para Discussão, n. 1275a).
  • [28] PREBISCH, R. (1949). O desenvolvimento econômico na América Latina e alguns de seus principais problemas. In: GURRIERI, A. (Org.). Manifesto Latino-Americano e outros ensaios, Contraponto Editora, Rio de Janeiro.
  • [29] RICHARDSON, J. D. (1971a). Some Sensitivity Tests for a "Constant-Market-Shares" Analysis of Export Growth. The Review of Economics and Statistics, Statistics, Vol. 53, No. 3 (Aug., 1971), pp. 300-304.
  • [30] RICHARDSON, J. D. (1971b). Constant-market-shares-analysis of export growth. Journal of International Economics, Wisconsin, I, p. 227-239, 1971.
  • [31] ROMERO, J. P.; SILVEIRA, F.; BRITTO, G. (2011). Structural change, National Innovation System and balance-of-payments constraint: a theoretical and empirical analysis of the brazilian case. Belo Horizonte: UFMG/CEDEPLAR, 32 p. (Texto para discussão; 440).
  • [32] THIRLWALL, A. P. (1979). The balance of payments constraint as an explanation of international growth rate differences. In: McCombie, J.S.L.; Thirlwall, A.P. (2004). Essays on Balance of Payments Constrained Growth: Theory and Evidence. Routledge, Londres.
  • [33] THIRLWALL, A. (2005) A Natureza do Crescimento Econômico: um referencial alternativo para compreender o desempenho das nações, Brasília: IPEA.
Como citar:

AMARAL, Felipe; FREITAS, Fabio; CASTILHO, Marta; "Comércio internacional, especialização produtiva e competitividade: uma decomposição para o crescimento das exportações brasileiras entre 1995 e 2014", p. 349-368 . In: . São Paulo: Blucher, 2017.
ISSN 2357-7592, DOI 10.5151/enei2017-20

últimos 30 dias | último ano | desde a publicação


downloads


visualizações


indexações