Artigo - Open Access.

Idioma principal | Segundo idioma

CAPACIDADE TECNOLÓGICA DO SETOR EÓLICO BRASILEIRO: OPORTUNIDADES E DESAFIOS À LUZ DO PAPEL DAS INSTITUIÇÕES E DA POLÍTICA INDUSTRIAL

TECHNOLOGICAL CAPACITY OF THE BRAZILIAN WIND SECTOR: OPPORTUNITIES AND CHALLENGES IN THE LIGHT OF THE ROLE OF INSTITUTIONS AND INDUSTRIAL POLICY

Ferreira, Lindomayara França ; Gonçalves, Eduardo. ;

Artigo:

Este trabalho propõe uma discussão sobre as oportunidades e os desafios do setor eólico brasileiro, à luz do papel das instituições e da política industrial. Desde os anos 2000, em ritmo análogo ao contexto mundial, o Brasil tem apresentado uma expansão do setor eólico, concomitante, ao desenvolvimento doméstico industrial do setor. Parte desse sucesso pode ser atribuído: i) a atuação das instituições e da criação de primordiais programas e mecanismos de apoio para o desenvolvimento da indústria e, ii) as pré-condições existentes do setor produtivo no Brasil. Entretanto, o baixo número de patentes e a elevada instabilidade de recurso disponibilizado para P&D e inovação, apresentam desafios para o setor. E, neste sentido, assume-se como fator predominante os mecanismos de coordenação entre a política energética, industrial e C&T, a fim minimizar os custos das tecnologias mais disruptivas, identificar as “janelas de oportunidades”, promover o desenvolvimento de atividade inovativas de maior complexidade e estimular um cenário condizente com as potencialidades sinalizadas pelo setor no contexto mundial.

Artigo:

This work proposes a discussion about the opportunities and challenges of the Brazilian wind sector, in the light of the role of institutions and industrial policy. Since the 2000s, at a pace similar to the global context, Brazil has shown an expansion of the wind sector, concomitant with the domestic industrial development of the sector. Part of this success can be attributed to: i) the performance of institutions and the creation of key programs and support mechanisms for the development of the industry and, ii) the existing pre-conditions of the productive sector in Brazil. However, the low number of patents and the high instability of resources available for R&D and innovation, present challenges for the sector. And, in this sense, the mechanisms of coordination between energy, industrial and S&T policy are assumed to be the predominant factor, in order to minimize the costs of the most disruptive technologies, identify "windows of opportunity", promote the development of innovative activities of greater complexity and stimulate a scenario consistent with the potential signaled by the sector in the global context.

Palavras-chave: Política industrial; Instituições; Setor eólico; Brasil,

Palavras-chave: Industrial policy; Institutions; Wind sector; Brazil,

DOI: 10.5151/vi-enei-895

Referências bibliográficas
  • [1] AREVALO, J. L. S.; ANDRADE, A. M. F.; SILVA, G. A. B. Uma nota sobre modelos gravitacionais aplicados à exportação de café de Brasil, Colômbia e Peru. Revista Brasileira de Economia, vol. 70, n. 3, p. 271-280, 2016.
  • [2] BAPTISTA, M. I. B. D. G.; PARGA, J. P. F. A. Atributos e Oportunidades do Sistema Mineiro de Inovação: um estudo a partir de análise multivariada. Anais do XVIII ENANPUR, 2019. Natal, Brasil. Disponível em: . Acesso em 10/05/2021.
  • [3] BARQUERO, A. V. Os territórios inovadores: espaços estratégicos do desenvolvimento. Crítica e Sociedade: revista de cultura política. Dossiê: pensamento social, desenvolvimento e desafios contemporâneos, v. 4, n. 2, 2014.
  • [4] BIELSCHOWSKY, R. Pensamento econômico brasileiro: o ciclo ideológico do desenvolvimentismo. Rio de janeiro: Ipea; Inpes, 1988.
  • [5] BONELLI, R.; PESSOA, S. Desindustrialização no Brasil: um resumo da evidência. São Paulo: FGV/Ibre, Texto para Discussão, n. 7, mar. 2010.
  • [6] BRITTO, G., ROMERO, J. P. Modelos Kaldorianos de crescimento e suas extensões contemporâneas. Texto para discussão n. 449. UFMG, 2011.
  • [7] CASALI, G. F. R.; SILVA, O. M. da. Sistema regional de inovação: estudo das regiões brasileiras, Revista de Economia Contemporânea (online), Rio de Janeiro, v. 14, n. 3, p. 515-550, 2010.
  • [8] CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H. M. M. Arranjos e sistemas produtivos locais na indústria brasileira. Revista de Economia Contemporânea, v. 5, número especial, p. 103-136, 2001.
  • [9] CAVALCANTE, L. R. Classificações tecnológicas: uma sistematização. Nota Técnica Diset 17, IPEA, Brasília, março, 2014.
  • [10] COCO, A.; ARCHIBUGI, D. Measuring technological capabilities at the country level: A survey and a menu for choice. Research Police, v. 34, p. 175-194, 2004.
  • [11] CONCEIÇÃO, O. A. Instituições e crescimento econômico: da "tecnologia social" de Nelson à "causalidade vebleniana" de Hodgson. Anais do XXXVII Encontro Nacional de Economia (Proceedings of the 37th Brazilian Economics Meeting), 2009.
  • [12] COSTA, I. Empresas multinacionais e capacitação tecnológica na indústria brasileira. Tese de Doutorado. (2003). Instituto de Geociências. Pós-Graduação em Política Científica e Tecnológica. Unicamp, Campinas, abr, 2003.
  • [13] DINIZ, C. C. Celso Furtado e o desenvolvimento regional. Nova Economia, Belo Horizonte, v. 19 n. 2, p. 227-249, 2009.
  • [14] DOSI, G. Technological paradigms and technological trajectories. Research Policy, Amsterdam, n. 11, p. 147-162, 1982.
  • [15] DOSI, G. Technical Change and Industrial Transformation. Londres: Macmillan e Nova York: St. Martin Press, 1984.
  • [16] FASOLIN, L. B; PLETSCH, C. S.; BRIZOLLA, M. M. B.; SILVA, A. Ranking Inovação da Indústria Extrativa, de Transformação e de Serviços, pelo Índice Brasileiro de Inovação. Revista GEINTEC. v. 4, n.3, p.1046-106, 2014.
  • [17] FÁVERO, L. P.; BELFIORE, P. Manual de análise de dados: Estatística e modelagem multivariada com Excel, SPSS e Stata. Rio de Janeiro: Elsevier, 20
  • [18] FIGUEIREDO, P. N. Aprendizagem Tecnológica e Inovação Industrial em Economias Emergentes: uma Breve Contribuição para o Desenho e Implementação de Estudos Empíricos e Estratégias no Brasil. Revista Brasileira de Inovação, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 323-361, 2004.
  • [19] FIGUEIREDO, P. N. Acumulação Tecnológica e Acumulação Industrial: conceitos, mensuração e evidências no Brasil. São Paulo em Perspectiva, v. 19, n. 1, p. 54-69, 2005.
  • [20] FONSECA, M.; FIGUEIREDO, P. N. Acumulação de capacidades tecnológicas e aprimoramento de performance operacional: evidências de um estudo de caso em nível de empresa. Revista Brasileira de Inovação, n. 13, v. 2, p. 311-343, 2014.
  • [21] GARCIA, R. Geografia da Inovação. In RAPINI, M. SILVA, L. ALBUQUERQUE, E. (Org.) Economia da Ciência, Tecnologia e Inovação: fundamentos teóricos e a economia global. Editora Prismas. Curitiba, 2017.
  • [22] GARCIA, R. C. Economias externas e vantagens competitivas dos produtores em sistemas locais de produção: as visões de Marshall, Krugman e Porter. Ensaios FEE, Porto Alegre, v. 27, n. 2, p. 301-324, out. 2006.
  • [23] GARCIA, R.; SILVA, C. F.; RIGHI, H. M. Dimensão regional dos esforços de ciência, tecnologia e inovação no Estado de São Paulo. In: BRENTANI, R. R.; BRITO CRUZ, C. H. (Orgs.). Indicadores de ciência, tecnologia e inovação em São Paulo 2010. São Paulo: FAPESP, 2011.
  • [24] GUIDOLIN, S. M. Inovação, estrutura e dinâmica industrial: um mapeamento empírico de regimes tecnológicos da indústria brasileira. 2007. 129 f. Dissertação (Mestrado em Economia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.
  • [25] HAIR JR., J. F.; BLACK, W. C.; BABIN, B. J. ANDERSON, R. E.; TATHAM, R. L. Análise multivariada de dados. Porto Alegre: Bookman Editora, 2009.
  • [26] HELLER, C. Diversificação Tecnológica: a tecnologia como elemento de unidade do conceito de indústria, Revista IMES, S. B do Campo, 1991.
  • [27] JOHNSON, B.; EDQUIST; C.; LUNDVALL, B. A. Economic development and the national system of innovation approach. In: FIRST GLOBELICS CONFERENCE. 1, 2003, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Redesist, 2003, p.1-24.
  • [28] KERSTENETZKY, J. Organização empresarial em Alfred Marshall. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 34, n. 2, p. 369-392, abr/jun, 2004.
  • [29] KUBRUSLY, L. S. Um procedimento para calcular índices a partir de uma base de dados multivariados. Pesquisa Operacional, Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, 2001.
  • [30] KUPFER, D. Uma abordagem neo-schumpeteriana da competitividade industrial. Revista Ensaios FEE, Porto Alegre, v.17, n. 1, p. 355-372, 1996.
  • [31] IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA: Pesquisa Industrial Anual: PIA. Disponível em https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/pia-empresa/tabelas/brasil/2018. Acesso em 30/06/2020.
  • [32] INEP – INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS: Censo da Educação Superior. Disponível em . Acesso em 30/07/2020.
  • [33] INPI: Patentes. Disponível em . Acesso em 28/08/2020.
  • [34] LALL, S. Technological Capabilities and Industrialization. World Development, v. 20 n. 2, 165-186, 1992.
  • [35] LAZONICK, W. The Theory of Innovative Enterprise. INSEAD, The European Institute of Business Administration, 2001.
  • [36] LUNDVALL, B. A.; NIELSEN, P. Competition and transformation in the learning economy-Illustrated by the Danish case. Revue d'économie industrielle, v. 88 n. 1, 67-89, 1999.
  • [37] LUNDVALL, B.; JOHNSON, B.; ANDERSEN, E. S.; DALUM, B. National systems of production, innovation and competence building. Research Policy, v. 31, p. 213-231, 2002.
  • [38] MANLY B. F. J. Métodos estatísticos multivariados: uma introdução. Porto Alegre: Bookman, 3ª ed ,2008.
  • [39] MARSHALL, A. Princípios de Economia. 2. ed. São Paulo: Nova Cultura, 1985.
  • [40] MARTINELLI, O.; RUFFONI, J. O processo de inovação: características e dimensões analíticas. In: CASTELLANO DA SILVA, I.; ROHENKOHL, J. E. (Orgs.). Polos de Defesa e Segurança: Estado, Instituições e Inovação. Editora UFSM, 2020. 360 p.
  • [41] MINGOTI, S. A. Análise de dados através de métodos de estatística multivariada: uma abordagem aplicada. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.
  • [42] NELSON, R; WINTER, S. Uma teoria evolucionária da mudança econômica. Editora da Unicamp: Campinas/SP, 2005.
  • [43] OREIRO, J. L.; FEIJÓ, C. Desindustrialização: causas, efeitos e o caso brasileiro. Revista de Economia Política, v. 30, n. 2 (118), abr./jun. 2010.
  • [44] PEREIRA, A. J.; DATHEIN, R. Processo de aprendizado, acumulação de conhecimento e sistemas de inovação: a “co-evolução das tecnologias físicas e sociais” como fonte de desenvolvimento econômico. Revista Brasileira de Inovação, v. 11, n. 1, p. 137-166, jan./jun. 2012.
  • [45] QUEIROZ, S. Aprendizado Tecnológico. In: V. PELAEZ & T. SZMRECSÁNYI (org.) Economia da Inovação Tecnológica. São Paulo: Editora Hucitec, 2006.
  • [46] RELAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS (RAIS): Plataforma Dardo, Ministério do Trabalho e Emprego. Disponível em: . Acesso em 10 de novembro de 2020.
  • [47] REICHERT, F. M.; BELTRAME, R. S.; CORSO, K. B.; TREVISAN, M.; ZAWISLAK, P. A. Technological Capability’s Predictor Variables. Journal of Technology Management & Innovation. Journal of Technology Management and Innovation, v. 6, n. 1, 2011.
  • [48] RUFFONI, J.; MELO, A. A de.; SPRICIGO, G. Universidade: trajetória e papel no progresso tecnológico (cap. 5). In: Economia da ciência, tecnologia e inovação: fundamentos teóricos e a economia global. RAPINI, M. S.; RUFFONI, J. SILVA, L. A.; ALBUQUERQUE, E. M. (organizadores). Belo Horizonte: FACE – UFMG, 2. ed., 711 p., 2021.
  • [49] SAMPAIO, D. P. A desindustrialização em marcha no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, São Paulo, nº 34, p. 33-55, 2013. Disponível em:
  • [50] http://revista.sep.org.br/index.php/SEP/article/view/2/75. Acesso em 20 jun. 2020.
  • [51] SANTOS, D. F. L. O Perfil Da Inovação Na Indústria Brasileira. Revista Gestão Industrial, v. 8, n. 3, 2012.
  • [52] SANTOS, D. F. L.; BASSO, L. F. C.; KIMURA, H. (2012). A estrutura da capacidade de inovar das empresas brasileiras: uma proposta de construto. Revista de Administração e Inovação, v. 9 (3), 103-128.
  • [53] SUZIGAN, W.; FURTADO, J.; GARCIA, R.; SAMPAIO, S. E. K. Inovação e conhecimento: indicadores regionalizados e aplicação a São Paulo. Revista de Economia Contemporânea, v. 10, n. 2, p. 323-356, 2006.
  • [54] ZUCOLOTO, G. Propriedade intelectual, origem de capital e desenvolvimento tecnológico: a experiência brasileira. Brasília, Ipea: Texto para Discussão, n. 1475, mar. 2010.
Como citar:

Ferreira, Lindomayara França; Gonçalves, Eduardo.; "CAPACIDADE TECNOLÓGICA DO SETOR EÓLICO BRASILEIRO: OPORTUNIDADES E DESAFIOS À LUZ DO PAPEL DAS INSTITUIÇÕES E DA POLÍTICA INDUSTRIAL", p. 1302-1321 . In: Anais do VI Encontro Nacional de Economia Industrial e Inovação (ENEI): “Indústria e pesquisa para Inovação: novos desafios ao desenvolvimento sustentável”. São Paulo: Blucher, 2022.
ISSN 2357-7592, DOI 10.5151/vi-enei-895

últimos 30 dias | último ano | desde a publicação


downloads


visualizações


indexações