Resumo expandido :

As questões sociais emergem como novos paradigmas no século XXI, ressaltando a cooperação e buscando soluções baseadas em conhecimento e potencialidades, elegendo-se assim um desafio sistêmico para o qual é inevitável a construção de nova política e gestão social. Sachs (2014), pontua a relevância de um empenho global para articular redes, aprofundar desafios, ampliar a comunicação, possibilitando gerar massa crítica de conhecimento nos atores sociais, ressaltando como fator determinante para a sustentabilidade a inclusão e o desenvolvimento social. Jara (2001), sinaliza que o desenvolvimento se dá nas habilidades de fazer e realizar das pessoas e o capital social atua como força motora do desenvolvimento. Para Sen (2010), o Capital cultural constitui um dos substratos de maior importância para a sociedade. Nessa linha, Lave (1988), antropóloga, criadora da Teoria da Cognição Situada, define a cognição como um verdadeiro fenômeno social e concebe o processo de aprendizagem como elaboração do ambiente sociocultural interativo. Nesse sentido, o processo criativo decorre da interação potencial do indivíduo e do social, com caráter interdisciplinar onde o grupo social tem efetiva participação (OBREGON, VANZIN e ULBRICHT, 2007). Emerge nesse contexto, a arte urbana como ferramenta de transformação social, indicada por Rosa (2009), como estratégia e instrumento de ressignificação dos espaços públicos urbanos, que apresentam carências físicas, sociais e econômicas. Para Knauss (2009), a arte urbana possibilita elevar e despertar sentimentos dentro da comunidade, demarcar territórios, resgatar identidades e os poderes locais. Assim, assume relevância para pesquisa o seguinte questionamento: Como as estratégias de Design Participativo podem auxiliar projeto comunitário com base na arte urbana? Para reunir o estado da arte das pesquisas na área foi realizada a Revisão Sistemática da Literatura (CROSSAN & APAYDIN, 2009), nas bases de dados CAPES, Colóquio Internacional Design e P & D Design, período de 2015 a 2020, permitindo selecionar dezenove artigos científicos, que indicaram lacunas relacionadas a arte urbana e o design, bem como a insipiência de estudos no tocante às abordagens do design em projetos comunitários na promoção do desenvolvimento local. Assim, propõe-se como objetivo de pesquisa analisar a aplicabilidade das estratégias do Design Participativo para auxiliar projeto comunitário com base na arte urbana. Para tanto, o estudo define-se como descritivo-exploratório, de caráter qualitativo (MINAYO, 2004; GIL, 2008; GOMES, 2010), tendo como escopo de pesquisa o projeto Cores da Vila no bairro da Vila Embratel. Como procedimento metodológico, pretende-se identificar os processos evidenciados no projeto; e após correlacionar os processos com as estratégias do Design Participativo. Para tanto, a coleta de dados será realizada através da observação participante, entrevistas semiestruturadas, levantamentos de documentos e registros audiovisuais (TAI HSUAN-AN, 2009; PRODANOV; FREITAS, 2013). Como resultados esperados pretende-se criar recomendações para aplicabilidade das estratégias do Design Participativo em projeto comunitário com base na arte urbana.