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Acesso e Corresponsabilização no Cuidado Humanizado aos Usuários de Crack

Maia Neto, José Pereira ; Cabral, Mariana Pompílio Gomes ; Costa, Juliana Pessoa ; Caminha, Emília C. Carvalho Rocha ; Paula, Milena Lima de ; Jorge, Maria Salete Bessa ;

Resumo:

Introdução - o uso abusivo da substância psicoativa Crack no Brasil, tem se configurado nos últimos anos como um grave problema social e de saúde. o aumento do consumo e do número de usuários tem levado a agravos decorrentes da dependência desta substância, havendo maior procura pelos serviços de tratamento. Os cuidados às pessoas com problemas relacionados às drogas, no entanto, ainda estão pautados em modelos tradicionais, punitivos e segregadores que dificultam o acesso humanizado aos serviços de saúde. Compreende-se a existência de um déficit no acesso universal ao SUS por parte desta população usuária de drogas, devido ao despreparo das equipes de saúde, especialmente na Estratégia Saúde da Família (ESF) e no acolhimento das demandas destes usuários no Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPS-ad). Objetivo - Analisar a corresponsabilização do cuidado e o acesso dos usuários de crack às redes de atenção em saúde do município de Fortaleza. Metodologia - o estudo faz parte de uma pesquisa ampla denominada “A atenção clínica na produção do cuidado aos usuários de crack – assistência à saúde e redes sociais de apoio”, com financiamento do CNPq/MS. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, crítica e reflexiva, realizada com trabalhadores da ESF e do CAPS-ad, bem como usuários de crack em tratamento e seus familiares. para a coleta de dados utilizou-se a entrevista semiestruturada e a análise dos dados seguiu a orientação da Análise de Conteúdo. o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Estadual do Ceará (UECE) sob protocolo 10724251-6. Resultados – Observa-se que os serviços do CAPS-ad oferecem aos usuários de crack acesso ao tratamento/acompanhamento por demanda espontânea. É fato que alguns usuários advêm de encaminhamentos da ESF, de hospitais psiquiátricos, hospitais gerais, por meio de ordem judicial, o que é um aspecto importante, já que mostra que os trabalhadores de outros serviços estão identificando usuários de substâncias psicoativas nos territórios e estão reconhecendo o CAPS-ad como uma possibilidade de cuidado a estes sujeitos. Tal achado não caracteriza, entretanto, que haja articulação entre as redes de cuidado, visto que não há trabalhos conjuntos entre as equipes. Identifica-se que os outros locais de cuidado realizam encaminhamentos para o CAPS-ad como tentativa de “desafogamento” de seus serviços, ou como resultado de sentimento de incapacidade de seus trabalhadores em relação ao cuidado com o usuário de droga, quando o que deveria existir era um coresponsabilização pelo cuidado em saúde. a precária formação dos profissionais de saúde na área de álcool, crack e outras drogas é outro aspecto que dificulta intervenções mais eficazes. Conclusão - Diante disso, emerge a necessidade da existência de cursos que capacitem os profissionais para prática de saúde mental, promovendo resolubilidade da atenção aos usuários de crack, ampliando o acesso e desconstruindo o modelo de clínica tradicional.

Resumo:

Palavras-chave:

DOI: 10.5151/medpro-cihhs-10706

Referências bibliográficas
Como citar:

Maia Neto, José Pereira; Cabral, Mariana Pompílio Gomes; Costa, Juliana Pessoa; Caminha, Emília C. Carvalho Rocha; Paula, Milena Lima de; Jorge, Maria Salete Bessa; "Acesso e Corresponsabilização no Cuidado Humanizado aos Usuários de Crack", p. 297 . In: Anais do Congresso Internacional de Humanidades & Humanização em Saúde [= Blucher Medical Proceedings, vol.1, num.2]. São Paulo: Blucher, 2014.
ISSN 2357-7282, DOI 10.5151/medpro-cihhs-10706

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