Trabalho Epidemiológico:

"INTRODUÇÃO: A meningite é uma doença grave e um problema de saúde pública, comaltas taxas de morbidade e mortalidade, principalmente as de causa bacteriana.Sua epidemiologia depende de fatores como agente etiológico, grupospopulacionais e faixa etária acometida. Diversas comorbidades e fatoresligados ao hospedeiro têm sido associados a uma maior suscetibilidade àmeningite. OBJETIVOS: Entender a realidade epidemiológica da meningite nosúltimos 5 anos no Brasil, associando aos seus fatores de risco. MÉTODOS:Trata-se de um estudo analítico, observacional e quantitativo. Os dados foramobtidos através do Sistema Nacional de Agravos e Notificação (SINAN/SUS) eacessados no dia 18 de outubro de 2020. A análise baseou-se nos casosconfirmados e notificados de meningite durante 2015 a 2020, sendoestratificados segundo os casos confirmados por evolução (alta e óbito pormeningite) e por faixa etária (<1 ano; 1-4; 5-9; 10-14; 15-19; 20-39; 40-59;60-64; 65-69; 70-79 e 80 ou mais anos). RESULTADOS: Nos últimos 5 anos, oBrasil apresentou 70.640 casos confirmados de meningite. A maior parte dasnotificações (34,38%) ocorreram em crianças menores de 5 anos. Observou-se, noentanto, queda do número de notificações em decorrência da pandemia daCOVID-19. Durante janeiro a setembro de 2020 foram notificados 4.718 novoscasos em comparação a 12.328 no mesmo período de 2019 (redução de 62%). Apesardisso, a distribuição foi semelhante aos anos anteriores, com 33,28% dos casosem 2020 concentrando-se nas faixas etárias < 1 ano e 1-4 anos. Em relação aevolução da doença, notou-se prevalência entre 40-59 anos, representando27,72% dos óbitos por meningite em todo o período analisado. Embora esteja em4º lugar no número de casos notificados (14,89%), essa maior taxa demortalidade pode ser justificada pela prevalência de fatores de riscoassociados à meningite nesta faixa etária, principalmente os relacionados adoenças crônicas como diabetes mellitus, doenças hepáticas e renais.CONCLUSÃO: A estatística do país revelou prevalência de casos em criançasmenores de 5 anos. Já em relação à mortalidade, o maior número de óbitosesteve entre os 40-59 anos. Além disso, houve queda expressiva dasnotificações pela pandemia da COVID-19, representando um potencial risco desurtos epidêmicos em regiões do país. Dessa forma, ações preventivas devem serelaboradas a fim de se evitar que surtos de novas doenças prejudiquem ocontrole epidemiológico de outras afecções."