Outubro 2020 vol. 6 num. 4 - XXII Jornada Cone Sul de Reumatologia

Resumo - Open Access.

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2019 e o aumento da sífilis no Brasil-5 casos da reumatologia

2019 e o aumento da sífilis no Brasil-5 casos da reumatologia

Marin, FL ;

Resumo:

Introdução: Segundo o Ministério da Saúde houve forte aumento da sífilis no Brasil, em 2018 foram 158.051 casos de sífilis adquirida e entre 2017-2018 houve aumento de 28,3%. Descrição - Caso 1: Homem, 63 anos, encaminhado pela oftalmologia no sistema único de saúde (SUS) devido à uveíte anterior bilateral refratária à terapia tópica. Sem sinais de doença reumatológica sistêmica,VDRL1/256, FAN 1/80 padrão nuclear pontilhado fino, anticardiolipinas IgG 39 e IgM 60.Prescrito tratamento padrão de sífilis terciária com penicilina G benzatina 2.400.000UI/semana/3semanas, intramuscular (IM), seguido de prednisona 40mg/dia. Houve resolução clínica, anticardiolipinas negativas e VDRL manteve-se 1/32. Discutido com a infectologia e compatível com neurossífilis, a qual requereu penicilina G cristalina 18-24milhões UI/dia, endovenosa, por 14 dias. Caso 2: Mulher, 78 anos, atendida no SUS com poliartrite erosiva de pequenas e grandes articulações, VDRL 1/128, FAN(-) e fator reumatoide(-). Prescrito prednisona 15mg/dia + tratamento padrão de sífilis terciária com grande melhora do quadro, porém manutenção de artrite crônica e provas inflamatórias elevadas. Após liberação da infectologia, iniciado metotrexato, hoje com 20mg/semana e bom controle. Caso 3: Mulher, 25 anos, atendida no SUS por poliartralgia subaguda, corrimento vaginal, úlcera vaginal recente e VDRL 1/64. Interpretado como sífilis primária + corrimento uretral e prescrito penicilina G benzatina 2.400.000UI dose única, IM, + azitromicina 1g oral dose única + ceftriaxona 250mg dose única, IM. Encaminhada para avaliação ginecológica com VDRL controle. Caso 4: Homem, 47 anos, motorista, atendido no sistema privado por poliartralgia crônica, provas inflamatórias baixas e VDRL 1/128 + FTA-ABS IgG(+) e IgM(-). Prescrito tratamento padrão de sífilis terciária. Perda de seguimento. Caso 5: Mulher, 65 anos, encaminhada pela oftalmologia no sistema privado devido neurite óptica à esquerda há três meses refratária à prednisona 60mg/dia. Avaliação neurológica afastou esclerose múltipla. Sem sinais de doença reumatológica sistêmica, provas inflamatórias baixas, VDRL 1/8, FTA-ABS IgG(+) e IgM(-). Discutido com a infectologia, interpretado como neurossífilis e prescrito tratamento padrão. Houve melhora do quadro, embora sequela leve. Discussão: Atualmente é de suma importância que o reumatologista solicite sorologia para sífilis junto à investigação primária autoimune independente de idade, sexo ou classe social.

Resumo:

Introdução: Segundo o Ministério da Saúde houve forte aumento da sífilis no Brasil, em 2018 foram 158.051 casos de sífilis adquirida e entre 2017-2018 houve aumento de 28,3%. Descrição - Caso 1: Homem, 63 anos, encaminhado pela oftalmologia no sistema único de saúde (SUS) devido à uveíte anterior bilateral refratária à terapia tópica. Sem sinais de doença reumatológica sistêmica,VDRL1/256, FAN 1/80 padrão nuclear pontilhado fino, anticardiolipinas IgG 39 e IgM 60.Prescrito tratamento padrão de sífilis terciária com penicilina G benzatina 2.400.000UI/semana/3semanas, intramuscular (IM), seguido de prednisona 40mg/dia. Houve resolução clínica, anticardiolipinas negativas e VDRL manteve-se 1/32. Discutido com a infectologia e compatível com neurossífilis, a qual requereu penicilina G cristalina 18-24milhões UI/dia, endovenosa, por 14 dias. Caso 2: Mulher, 78 anos, atendida no SUS com poliartrite erosiva de pequenas e grandes articulações, VDRL 1/128, FAN(-) e fator reumatoide(-). Prescrito prednisona 15mg/dia + tratamento padrão de sífilis terciária com grande melhora do quadro, porém manutenção de artrite crônica e provas inflamatórias elevadas. Após liberação da infectologia, iniciado metotrexato, hoje com 20mg/semana e bom controle. Caso 3: Mulher, 25 anos, atendida no SUS por poliartralgia subaguda, corrimento vaginal, úlcera vaginal recente e VDRL 1/64. Interpretado como sífilis primária + corrimento uretral e prescrito penicilina G benzatina 2.400.000UI dose única, IM, + azitromicina 1g oral dose única + ceftriaxona 250mg dose única, IM. Encaminhada para avaliação ginecológica com VDRL controle. Caso 4: Homem, 47 anos, motorista, atendido no sistema privado por poliartralgia crônica, provas inflamatórias baixas e VDRL 1/128 + FTA-ABS IgG(+) e IgM(-). Prescrito tratamento padrão de sífilis terciária. Perda de seguimento. Caso 5: Mulher, 65 anos, encaminhada pela oftalmologia no sistema privado devido neurite óptica à esquerda há três meses refratária à prednisona 60mg/dia. Avaliação neurológica afastou esclerose múltipla. Sem sinais de doença reumatológica sistêmica, provas inflamatórias baixas, VDRL 1/8, FTA-ABS IgG(+) e IgM(-). Discutido com a infectologia, interpretado como neurossífilis e prescrito tratamento padrão. Houve melhora do quadro, embora sequela leve. Discussão: Atualmente é de suma importância que o reumatologista solicite sorologia para sífilis junto à investigação primária autoimune independente de idade, sexo ou classe social.

Palavras-chave: sífilis; reumatologia; investigação,

Palavras-chave: sífilis; reumatologia; investigação,

DOI: 10.5151/xxiijcsr2020-PO15

Referências bibliográficas
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Como citar:

Marin, FL; "2019 e o aumento da sífilis no Brasil-5 casos da reumatologia", p. 16 . In: Anais da XXII Jornada Cone Sul de Reumatologia. São Paulo: Blucher, 2020.
ISSN 2357-7282, DOI 10.5151/xxiijcsr2020-PO15

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