Artigo Completo:

A existência de usuários é sempre considerada, entre as metodologias de projeto em design, para a caracterização do problema a ser resolvido. Essas metodologias, que servem a uma prática profissional, são utilizadas também no ensino de design em situações simuladas, onde geralmente se cria um usuário fictício, um personagem. Este artigo busca refletir sobre a importância de adoção de um usuário real no exercício de projeto em sala de aula. A discussão do artigo contempla uma reflexão teórica baseada em estudos sobre metodologia de projeto e realiza também a análise de uma experiência prática de Ateliê, em que foi adotado um usuário real. Os autores aqui estudados sobre processo de projeto abordam duas metodologias. Uma que pode ser definida como linear, onde se deve cumprir uma sequencia de etapas delineadas entre a caracterização do problema e a solução de design. E a segunda, cuja principal característica é um processo cíclico, em que os resultados de uma etapa mais avançada voltam a alimentar as etapas anteriores, de onde o processo se reinicia. Enquanto as primeiras metodologias consideram o usuário apenas nas etapas de coleta de dados, a segunda considera, ao longo do processo, que o usuário também forneça feedbacks sobre as soluções de projetos que estão sendo construídas. A experiência de Ateliê que é avaliada neste artigo, trata de um exercício em que foi desenvolvido um conjunto de mobiliário para uma praça, denominada Manaain, na cidade de Uberlândia. A área institucional destinada a essa praça é parte de um conjunto habitacional construído pelo Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal. Como resultados da reflexão conclui-se que as metodologias estudadas são pertinentes ao processo de projeto, mas, em relação ao ensino, a segunda permite uma dinâmica mais próxima da prática real, pela interação que propõe com o usuário. A experiência de Ateliê que foi analisada reforça essa importância da aproximação com o usuário real, mesmo que o projeto seja apenas um exercício.